Estudo publicado recentemente apontou que crustáceos da espécie Echinogammarus marinus estão fazendo menos sexo devido à contaminação das águas
Giovanna Gomes Publicado em 06/12/2023, às 08h39
A presença de resíduos de plástico na água está causando impactos além da alimentação de animais marinhos, conforme revela uma pesquisa publicada na revista Environmental Pollution em 15 de novembro. O estudo destaca que esses resíduos estão afetando a vida sexual de crustáceos da espécie Echinogammarus marinus, semelhantes a camarões.
Esses crustáceos, encontrados nas águas europeias e que servem de alimento para peixes e aves, normalmente formam pares que permanecem juntos por dois dias durante o acasalamento. No entanto, a pesquisa revela que a reprodução desses animais está sendo prejudicada por produtos químicos presentes em plásticos comuns.
Segundo o estudo, os E. marinus alteram seu comportamento de acasalamento quando expostos a aditivos plásticos tóxicos.
O professor Alex Ford, da Universidade de Portsmouth, destaca que esse comportamento malsucedido tem sérias implicações não apenas para a espécie analisada, mas possivelmente para a população como um todo.
De acordo com o portal Galileu, os animais expostos a esses produtos químicos se separam de seus parceiros e levam mais tempo, em alguns casos dias, para se recuperar, e às vezes nem se recuperam.
Os pesquisadores testaram quatro produtos químicos presentes em plásticos — ftalatos (DEHP e DBP), fosfato de trifenil (TPHP) e N-butil benzenossulfonamida (NBBS) — para identificar as toxinas liberadas no mar. Dois desses produtos químicos são regulamentados na Europa, enquanto os outros dois não têm restrições e são encontrados em diversos produtos domésticos.
A análise constatou que, no melhor cenário, os animais demoram mais para se emparelhar novamente, e no pior cenário, não voltam a se unir. Além disso, dois dos produtos químicos prejudicaram a concentração de esperma dos crustáceos, resultando em uma redução de até 60% na contagem de esperma daqueles expostos a níveis elevados desses produtos químicos.
O professor Ford destaca que é possível que a exposição prolongada ou em estágios críticos da vida dos crustáceos afete ainda mais os níveis e a qualidade do esperma. A autora principal do estudo, Bidemi Green-Ojo, enfatiza que comportamentos anormais, como os observados, podem reduzir as chances de sobrevivência dos animais, afetando aspectos essenciais de sua vida, como alimentação, luta ou fuga, e reprodução.
+Confira aqui o estudo completo.
Par de potes da Dinastia Ming é leiloado por valor recorde de R$ 71 milhões
Guitarrista detalha primeira impressão que teve de Freddie Mercury: 'Irritante'
Sinos da Catedral de Notre Dame voltam a soar em Paris cinco anos após incêndio
Homem é baleado e morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em SP
A última nota escrita pela Rainha Elizabeth em diário antes de sua morte
Rei holandês repudia ataques antissemitas após jogo de futebol e relembra 2ª Guerra