Novo estudo analisou restos mortais de cavalos encontrados em covas na Rússia e na Lituânia e constatou que eles eram oriundos de outras localidades
Giovanna Gomes Publicado em 20/05/2024, às 08h18
Um estudo publicado na última sexta-feira, 17, no periódico Science Advances revelou que, há cerca de mil anos, pagãos que viviam perto do Mar Báltico importavam cavalos de seus vizinhos cristãos da Escandinávia. Esses animais eram sacrificados ou, em alguns casos, enterrados vivos.
Até então, acreditava-se que os equinos sacrificados eram de origem local. No entanto, um grupo de pesquisadores da Universidade Cardiff, no Reino Unido, ao analisar restos mortais de cavalos encontrados em covas na Rússia e na Lituânia, descobriu que eles eram importados da Escandinávia por meio das redes de comércio entre o mundo Viking e os impérios Bizantino e Persa.
As rotas de comércio da Era Viking iam da Islândia, Inglaterra e Irlanda modernas até o leste, para os impérios Bizantino e Persa no leste. A presença de comerciantes em um dos cemitérios de cavalos aponta para o papel dos cavalos nessas vibrantes redes de comércio", explicou em comunicado a líder do estudo, Dr. Katherine French, da Escola de História, Arqueologia e Religião da Universidade Cardiff.
Segundo informações da revista Galileu, o estudo identificou a origem de 74 animais a partir de uma técnica chamada isótopos de estrôncio. Isso é possível porque a química do solo, água e plantas absorvida pelos animais durante a alimentação reflete a geologia do local de origem.
Os rituais de sacrifício de cavalos eram públicos na Europa pagã e persistiram entre as últimas tribos bálticas até o século 14. De acordo com a fonte, as covas desses rituais podiam conter um ou vários cavalos inteiros ou, até mesmo, partes deles. Em muitos cemitérios da região, os equinos eram enterrados separadamente dos humanos, porém os pesquisadores já encontraram restos de animais nas cinzas de cremações humanas.
Segundo French, "a pesquisa desmantela teorias anteriores de que cavalos locais eram exclusivamente selecionados para o sacrifício."
Levando em conta a predominância de éguas, acreditamos que o prestígio do animal vindo de longe era um fator mais importante no motivo de ser escolhido para o ritual", destaca.
Para Richard Madgwick, coautor do estudo e também professor da Escola de História, Arqueologia e Religião da Universidade de Cardiff, as tribos pagãs do Báltico compravam cavalos de seus vizinhos cristãos, enquanto resistiam à conversão à religião deles.
Este conhecimento atualizado sobre o sacrifício de cavalos ressalta o dinamismo e a complexidade da relação entre as comunidades pagãs e cristãs da época."
+ Confira aqui o estudo completo.
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