Estudo sobre o tema teve início depois que cientistas observaram comportamentos intrigantes em um polvo de recife brasileiro chamado Costello
Giovanna Gomes Publicado em 07/10/2024, às 10h57
Um novo estudo indica que polvos podem ser capazes de sonhar. A descoberta ocorreu quando cientistas da Universidade Rockefeller, em Nova York, observaram comportamentos intrigantes em um polvo macho de recife brasileiro chamado Costello, o que levou a equipe a repensar as capacidades cognitivas da espécie.
Durante o estudo, os pesquisadores registraram Costello enrolado em um tubo de PVC, aparentando tentar estrangulá-lo — um comportamento que despertou sua curiosidade.
Ao rever as gravações da noite anterior, os cientistas perceberam que o animal parecia “acordar” de um sonho em estado defensivo, chegando até a expelir tinta, reação típica de defesa em momentos de perigo. Esses movimentos anormais sugeriram que ele poderia estar vivenciando lembranças estressantes e, possivelmente, pesadelos.
Marcelo Magnasco, biofísico e coautor do estudo, comentou que tais reações indicam a possibilidade de os polvos experimentarem algo semelhante ao sonhar.
Tamar Gutnick, especialista em polvos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, que não participou do estudo, considerou a ideia convincente, embora não conclusiva. Ela comentou que os padrões observados são compatíveis com aqueles de polvos acordados, o que poderia indicar uma repetição de comportamentos como em um sonho.
A pesquisa registrou que os polvos têm fases distintas de sono: uma fase “tranquila”, na qual adotam uma cor uniforme e mantêm-se relaxados, e outra fase mais ativa, com mudanças rápidas de cor e textura na pele. As informações são da revista Galileu.
Durante um ciclo de sono de Costello, foram observados quatro episódios ao longo de 52 dias em que ele despertava bruscamente e apresentava movimentos erráticos. Em um desses momentos, Costello ficou intensamente vermelho e expeliu uma grande nuvem de tinta, comportamento associado a situações de defesa contra predadores ou conflitos com outros polvos.
Os cientistas propõem que essas reações observadas podem representar distúrbios do sono ou pesadelos, possivelmente ligados a experiências estressantes anteriores. O estudo destaca a complexidade emocional dos polvos e sugere que esses animais podem ter respostas ao estresse e ao sono mais sofisticadas do que se imaginava, revelando a necessidade de mais investigações sobre suas capacidades cognitivas e emocionais.
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