Em junho de 2021, pesquisadores universitários descobriram uma caverna repleta de gravuras com mais de 24 mil anos
Redação Publicado em 14/09/2023, às 17h36
No dia 8 de setembro, a revista científica Antiquity divulgou as conclusões de um estudo realizado na Cova Dones, em Millares, na Espanha. A pesquisa expõe possíveis interpretações para as pinturas rupestres do período Paleolítico, presentes no local há mais de 24 mil anos.
A importância da caverna, famosa entre os moradores da região e exploradores arqueológicos, foi estabelecida após uma descoberta em junho de 2021. Aproximadamente, 110 pinturas foram encontradas em câmaras parcialmente inundadas por um grupo de pesquisadores das universidades de Alicante, Southampton e Saragoça.
As pinturas surpreenderam os especialistas, pois grande parte dos sítios de arte rupestre paleolítica estão localizados ao sul do país. Conforme repercutido pela Galileu, a descoberta foi relembrada pelo historiador, Aitor Ruiz-Redondo, em uma nota.
Quando iniciamos o levantamento sistemático das artes, percebemos que estávamos diante de um grande sítio, como os que podem ser encontrados em outros lugares da região da Cantábria”, explicou Ruiz-Redondo em um comunicado.
O pesquisador também afirmou que este é o sítio rupestre mais importante da costa oriental do Mediterrâneo da Península Ibérica, em razão da abundância de padrões e técnicas artísticas.
É provavelmente a caverna paleolítica com maior número de registros descobertos na Europa desde Atxurra (Bizkaia), em 2015.”, disse o historiador.
Após uma análise meticulosa do local, os estudiosos estimam que as 19 figuras de animais variam entre auroques, corças, veados e cavalos. Outras representações incluem sinais, traços e borrões cujo significado não foi esclarecido.
As gravuras sombreadas, feitas de argila vermelha, são consideradas uma raridade em sítios arqueológicos, pois seu material de produção é facilmente desgastado. Ruiz-Redondo explicou que as imagens podem ser observadas até hoje porque “as ‘pinturas’ secaram bem devagar, evitando que partes da argila caíssem rapidamente, enquanto outras regiões foram cobertas por camadas de calcita, que as preservaram até hoje”.
A datação foi feita graças a presença de marcas de garras de urso na parede das cavernas. Os pesquisadores concluíram que gravuras foram feitas durante o Paleolítico Superior, pois a espécie que as arranhou foi extinta há cerca de 24 mil anos.
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