Especialista em datação por carbono-14 utilizou suas próprias pedras nos rins para o estudo após cirurgia de emergência
Giovanna Gomes Publicado em 10/09/2024, às 11h50
Um pesquisador australiano, após sofrer uma crise aguda causada por um cálculo renal, decidiu investigar como as pedras nos rins se formam e crescem ao longo do tempo. Vladimir Levchenko, especialista em datação por carbono-14 e pesquisador da Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear (ANSTO), utilizou seu próprio cálculo renal para o estudo.
Em 2011, ao passar por uma cirurgia de emergência para remover um cálculo de seis milímetros composto por oxalato, ele solicitou que os médicos guardassem o material, iniciando sua pesquisa.
Levchenko descobriu que sua pedra renal tinha surpreendentemente 17,6 anos, o que resultou em um artigo científico publicado na revista Radiocarbon em 2016. Usando a técnica de datação por carbono-14, ele concluiu que, assim como os anéis de crescimento das árvores, os cálculos renais crescem em camadas de sais de cálcio, formadas ao longo do tempo.
De acordo com o portal Galileu, o pesquisador também analisou pedras renais de outros dois pacientes. Apesar de semelhantes em tamanho, uma delas cresceu em 23 anos, enquanto a outra atingiu o mesmo tamanho em apenas sete. Essa variação nas taxas de crescimento pode ajudar médicos a prever o desenvolvimento de futuros cálculos e a aconselhar os pacientes sobre os cuidados necessários.
A pesquisa de Levchenko oferece uma nova perspectiva sobre como a dieta e o estilo de vida podem influenciar na formação de cálculos renais, e busca identificar os fatores que aumentam o risco desse problema, que afeta até 13% da população global.
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