A descoberta realizada na Etiópia ajuda a montar uma linha do tempo sobre a história desse povo no século 6 e 7
Penélope Coelho Publicado em 27/05/2020, às 09h48 - Atualizado às 09h49
Pesquisadores da Universidade de Exeter juntamente com o Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos, fizeram uma descoberta sem precedentes na Etiópia. Após diversas escavações os arqueólogos encontraram evidências sobre os antigos muçulmanos e o estilo de alimentação desse povo durante o século 6 e 7.
Os pesquisadores encontraram milhares de ossos de animais antigos que demonstram a disseminação das práticas de alimentação chamada pelos muçulmanos de Halal — esse costume refere-se ao estilo de comportamento geral, na forma de se vestir, falar e se alimentar, que são permitidos pela religião islâmica. Para que uma comida seja considerada Halal é preciso que seu preparo e abate siga determinadas regras específicas.
Alimentação e descobertas
O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de terem encontrado essas evidências na Etiópia, para eles, esse estilo de alimentação aconteceu em um momento de desenvolvimento do povo muçulmano, devido à importação e exportação de produtos que eram feitos ao redor do Mar Vermelho, Egito, Índia e Península Arábica, quando a região tornou-se um centro comercial de artigos de luxo.
Cerca de 5 mil ossos de animais foram encontrados, entre eles espécies de bois, cavalos e burros com cortes específicos que demonstram um estilo de dieta sofisticada, mantida pelos povos antigos da região.
Os arqueólogos descobriram também ossos de porcos nas cidades antigas conhecidas como Harlaa e Ganda Harlaa, isso chamou a atenção já que se alimentar de porcos é proibido na religião islâmica, para eles, os animais eram provavelmente domesticados, sugerindo que a região era cosmopolita, recebendo visitantes de diversos locais.
“Não esperávamos encontrar ossos dessa qualidade e quantidade. Eles estão tão bem preservados que podemos ver claramente os cortes e as evidências de desgaste [...] Essa é uma informação nova e significativa sobre a identidade religiosa das pessoas na época”, afirmou Timothy Insoll, líder da pesquisa.
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