José Rivair Macedo, historiador e autor de História da África, comentou sobre os recentes episódios em entrevista exclusiva à AH
Fabio Previdelli Publicado em 29/07/2020, às 12h05
No dia 25 de maio de 2020, um triste fato reascendeu a discussão sobre o racismo na sociedade americana e o tratamento policial contra os afro-americanos: a morte de George Floyd.
Desde então, o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) realizou uma série de protestos, o que acabou culminando com o levantamento de outras pautas referentes ao racismo estrutural presente na sociedade.
Com isso, manifestantes, não só nos Estados Unidos, começaram a derrubar estátuas de figuras históricas consideradas supremacistas e escravagistas, como Josefina de Beauharnais e Leopoldo II, da Bélgica.
Porém, o ato, visto por muitos como uma forma de acabar com a perpetuação de ideias racistas, é considerado por uma parcela mais conservadora como sendo vandalismo e uma tentativa frustrada de apagar a história.
Em entrevista exclusiva à Aventuras na História, o historiador José Rivair Macedo, doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e autor do livro História da África (Editora Contexto), fez uma reflexão sobre o assunto.
“Quando vemos uma estátua sendo derrubada, temos uma vontade pública que está sendo manifestada. Isso não foi iniciado pelo movimento Vidas Negras Importam, é uma forma política de se manifestar. Isso aconteceu na Revolução Francesa, quando se mudou o calendário, quando memórias do antigo regime foram excluídas e substituídas por símbolos novos; isso aconteceu na chamada Revolução Bolchevique, quando a memória do czarismo foi atacada; e aconteceu em 1992, depois do fim da União Soviética", afirmou Rivair.
Para o historiador e autor, o ato de derrubar os monumentos tem um significado direto com o que aquela figura representa. "O que está sendo atacado é uma noção de normalidade, é uma noção de consenso, do que é alguém ser dignificado no passado e outros nem serem considerados para tal. Então, nesse sentido, a minha opinião pessoal não é a que importa, o que importa é o significado político que está colocado aí".
Na visão de Macedo, diante de um movimento social, que atingiu nível mundial, o que deve ser colocado em questão é a memória a ser considerada. "Nesse sentido, valeira a pena pensarmos que esses atos não partem apenas de pessoas negras, ele também vem de pessoas brancas. É o racismo que é o fenômeno a ser atacado. E os defensores do racismo de alguma maneira, assumiram ou assumem um posicionamento público diante desta questão".
Assista a entrevista realizada com o autor abaixo.
+Saiba mais sobre esta e outras obras de José Rivair Macedo por meio da Amazon Brasil
História da África, de José Rivair Macedo (2014) - https://amzn.to/2DfBPuA
Dicionário de História da África: Séculos VII a XVI, de Nei Lopes e José Rivair Macedo (2017) - https://amzn.to/30T0kpS
O Pensamento Africano no Século XX, de José Rivair Macedo (2016) - https://amzn.to/2XhWPZd
Viver Nas Cidades Medievais, de José Rivair Macedo (1999) - https://amzn.to/2CJft5a
A Idade Média no Cinema, de José Rivair Macedo e Lênia Márcia Mongelli (2009) - https://amzn.to/30RoFfF
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
Que horas estreiam os episódios de 'Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais'?
Veja a restauração das obras vandalizadas nos ataques de 8 de Janeiro
Templo encontrado submerso na Itália é analisado por arqueólogos
Monstro: Nova temporada de série da Netflix gera polêmica
Kate Middleton teria convencido William a postar mensagem de aniversário para Harry, diz biógrafa
'A Noite Estrelada': Como Van Gogh capturou a turbulência da atmosfera