Após recomendação de um promotor de Los Angeles, um novo juiz assumiu o caso dos irmãos Menendez, condenado pelo assassinato dos pais
Thiago Lincolins Publicado em 30/10/2024, às 10h33
Um novo capítulo se desenrola no caso dos irmãos Menendez, com a nomeação do juiz Michael V. Jesic para reavaliar o processo.
Conhecido por sua abordagem rigorosa e detalhista, Jesic tem um histórico de revisões que buscaram assegurar julgamentos justos, como demonstrado em um caso de 2006 relacionado a um assassinato de gangue com alegações de erros na acusação.
Assumindo a responsabilidade no Tribunal de Van Nuys, em Los Angeles, o juiz pode agora revisitar as condenações de Erik e Lyle Menendez, que cumprem pena pelo assassinato dos pais, Jose e Kitty Menendez, desde 1990. Essa possibilidade de revisão surge em meio a novas alegações sobre abusos sofridos pelos irmãos.
A renovada atenção ao caso dos Menendez ganhou força após o lançamento da segunda temporada da antologia "Monstro", da Netflix, que trouxe à tona as polêmicas em torno do crime que chocou os EUA.
Em uma decisão significativa na última semana, o procurador George Gascón do condado de Los Angeles anunciou sua intenção de pedir uma revisão das penas impostas aos irmãos.
Condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional em 1993, Erik e Lyle Menendez podem ter suas sentenças reduzidas para entre 50 anos e prisão perpétua, assim elegíveis a liberdade condicional.
Gascón revelou sua posição em uma coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira, 24, enfatizando que a proposta veio após uma "análise cuidadosa". Ele afirmou: "Cheguei a um ponto onde acredito que, de acordo com a lei, a reavaliação é apropriada. Eles estão presos há quase 35 anos. Acredito que já pagaram sua dívida com a sociedade".
Contudo, o pedido ainda depende da aprovação de um juiz. Se deferido, os irmãos Menendez serão submetidos à avaliação da Junta de Audiências de Liberdade Condicional para determinar suas chances de libertação.
Enquanto os irmãos recebem apoio da maior parte dos familiares, o irmão de Kitty Menendez, Milton Andersen, se manifesta contrário à soltura dos irmãos. Segundo Kathleen Cady, advogada de Andersen, ele sustenta que a justiça foi devidamente aplicada.
"O Sr. Andersen acredita que a justiça foi feita quando o júri considerou Erik e Lyle Menendez culpados de múltiplos assassinatos por ganho financeiro e o juiz os sentenciou à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional", informou ela.
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