Segundo cientistas dos Estados Unidos, o vírus do Bombali pode ser transferido de animais para humanos. Entenda!
Redação Publicado em 02/03/2022, às 14h00
Em 2014, um surto de Ebola surpreendeu o mundo, matando milhares de pessoas na África Ocidental. Agora, cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos encontraram um novo tipo de ebolavirus, o chamado Bombali.
Segundo informações do Globo, a descoberta da enfermidade — que saltaria de animais para humanos — foi publicada na revista científica Cell Press. Nesse sentido, o estudo que identificou a doença ainda está em fase de revisão por pares.
É importante pontuar que, para os estudiosos, o Bombali é bastante preocupante porque, ao ter sido identificado em morcegos, pode ser classificado como uma doença zoonótica — tipo de enfermidade possivelmente transferida de animais para humanos.
No total, existem seis diferentes espécies de ebolavirus no mundo, sendo que a mais conhecida delas é o próprio Ebola — que, há 40 anos, vem provocando surtos letais, quando em grande escala, em países das Áfricas Oriental e Central.
Diante da letalidade do Ebola, inclusive, cientistas dos CDC analisaram o novo Bombali para identificar quais são suas semelhanças com a outra doença. O primeiro passo, nesse sentido, foi verificar se a nova espécie realmente pode infectar humanos.
Dessa forma, constatou-se que, de fato, o vírus da Bombali "infectou células humanas e macrófagos humanos primários", sendo capaz de "entrar eficientemente nas células", através do mesmo mecanismo usado por outras variantes do ebolavirus.
Durante o estudo, os pesquisadores também tentaram compreender como o Bombali responderia aos tratamentos disponíveis contra o Ebola. Segundo O Globo, dois deles foram testados: o medicamento remdesivir, um antiviral de amplo espectro, e as chamadas terapias de anticorpos monoclonais.
O mais bem sucedido dos tratamentos foi o que utiliza o remédio remdesivir. De acordo com os estudiosos, o antiviral, ao ser aplicado na mesma dosagem que contra o Ebola, ajudou a suprimir a replicação do vírus e a prevenir a infecção pelo Bombali.
As terapias de anticorpos monoclonais, no entanto, não tiveram uma resposta tão eficaz. Contando com estruturas diferentes do vírus do Ebola, o Bombali teve variações suficientes para invalidar algumas das terapias e, assim, muitas mostraram-se inúteis.
Por fim, é importante pontuar que, embora os estudiosos ainda não tenham verificado o real impacto do vírus do Bombali nos humanos, é interessante saber quais tratamentos combatem a doença para que, no futuro, tenhamos as ferramentas necessárias para frear um possível desenvolvimento da enfermidade.
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