Ligeiramente maior que a Lua da Terra, Io abriga cerca de 400 vulcões — sendo a lua mais vulcânica do sistema solar; entenda!
Redação Publicado em 17/12/2024, às 14h00
Cientistas da NASA divulgaram novas descobertas sobre Io, a lua mais vulcânica do sistema solar, solucionando um mistério que perdura há 44 anos. Essa pesquisa elucida as razões por trás da intensa atividade vulcânica que caracteriza esse satélite natural de Júpiter.
Com um diâmetro de 3.600 quilômetros, Io é ligeiramente maior que a Lua terrestre e abriga cerca de 400 vulcões, conforme relatado pela NASA. As erupções desses vulcões lançam plumas que se estendem por quilômetros no espaço, tornando-se visíveis da Terra com o auxílio de grandes telescópios.
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A atividade vulcânica dramática de Io foi identificada pela primeira vez em 1979 pela cientista Linda Morabito, então vinculada ao Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, a partir de uma imagem capturada pela sonda Voyager 1.
"Desde a descoberta de Morabito, os cientistas planetários têm se questionado sobre como os vulcões recebem o suprimento de lava do interior", afirmou Scott Bolton, investigador principal da sonda Juno da NASA, em uma declaração repercutida pelo LiveScience. "Existiria um oceano raso de magma incandescente alimentando os vulcões ou a origem seria mais localizada?".
Lançada em 2011 para estudar Júpiter e suas luas, a sonda Juno realizou duas aproximações próximas a Io em 2023 e 2024, chegando a apenas 1.500 km da superfície ativa do satélite. "Sabíamos que os dados coletados durante esses sobrevoos poderiam nos fornecer insights sobre o funcionamento desta lua tão castigada", acrescentou Bolton.
Durante essas missões, o equipamento da Juno obteve informações que permitiram aos cientistas medir a gravidade de Io.
Io orbita próximo a Júpiter a uma distância média de 422.000 km, completando seu ciclo elíptico a cada 42,5 horas. A forma elíptica dessa órbita provoca variações na distância do satélite em relação ao planeta, assim como nas forças gravitacionais exercidas por Júpiter. Esse fenômeno resulta em um processo conhecido como flexão tidal, que faz com que Io seja constantemente comprimida e relaxada.
Bolton explicou: "Essa flexão contínua gera uma quantidade imensa de energia na forma de calor, que derrete partes do interior de Io." No entanto, até então acreditava-se que essa flexão poderia sugerir a existência de um grande oceano de magma sob toda a superfície da lua. Contudo, uma pesquisa liderada por Bolton e publicada em 12 de dezembro na revista Nature aponta para uma realidade diferente.
Se Io tivesse um oceano global de magma, sabíamos que a assinatura da sua deformação tidal seria muito maior do que a observada em um interior mais rígido e predominantemente sólido", destacou Bolton.
Os dados coletados sugerem que o interior de Io é majoritariamente sólido, com cada vulcão possuindo sua própria câmara subterrânea repleta de magma agitado.
Ryan Park, autor principal do estudo e co-investigador da Juno no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, comentou: "A descoberta da Juno de que as forças tides não criam necessariamente oceanos globais de magma nos leva a repensar nosso conhecimento sobre o interior de Io."
Os resultados desse estudo têm implicações relevantes para outras luas como Europa, em torno de Júpiter, e Encélado, ao redor de Saturno, além de exoplanetas fora do nosso sistema solar. "Nossas novas descobertas oferecem uma oportunidade para reavaliarmos o que sabemos sobre formação e evolução planetária", concluiu Park.
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