Primeira nadadora trans a se tornar campeã universitária, Lia Thomas superou medalhista de prata olímpica, mas foi impedida de disputar vaga para Paris
Fabio Previdelli Publicado em 13/06/2024, às 11h36
Nesta quinta-feira, 13, a nadadora transgênero norte-americana Lia Thomas perdeu um processo legal contra a World Aquatics (Federação Internacional de Esportes Aquáticos); julgado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). Assim, a atleta está fora da disputa por uma vaga nas Olimpíadas de Paris, que começam no próximo mês.
+ O curioso boicote americano nas Olimpíadas de 1980 que envolveu mais de 60 países
Primeira atleta transgênero a ganhar um título universitário, Lia questionava a regra da World Aquatics que proíbe a participação de atletas trans — que tenha passado por "qualquer parte da puberdade masculina" — em competições femininas.
Conforme repercutido pelo The Guardian, a atleta argumentou que as regras deveriam ser declaradas "inválidas e ilegais", pois eram contrárias à Carta Olímpica e à Constituição Mundial dos Esportes Aquáticos.
Porém, uma decisão de 24 páginas foi publicada pelo CAS apontando que Thomas "simplesmente não tinha o direito de se candidatar à elegibilidade para competir em competições WA" como alguém que já não era membro da USA Swimming (Federação de Natação dos Estados Unidos).
A decisão foi celebrada pela World Aquatics, que a saudou como "um grande passo em frente aos nossos esforços para proteger o esporte feminino".
A World Aquatics está empenhada em promover um ambiente que promova a justiça, o respeito e a igualdade de oportunidades para atletas de todos os gêneros e reafirmamos este compromisso", acrescentou a entidade.
Em março de 2022, Lia Thomas se tornou a primeira nadadora trans a se tornar campeã universitária — ao derrotar a medalhista de prata olímpica Emma Weyant por 1,75 segundos.
Mas ela viu seus planos de disputar a seletiva olímpica ruir três meses depois, quando a WA anunciou uma nova política que restringia a participação de mulheres trans na natação.
Em um documento com dados científicos, ainda segundo o Guardian, a decisão afirma que nadadores como Lia Thomas mantiveram vantagens físicas significativas — em resistência, potência, velocidade, força e tamanho pulmonar — ao passarem pela puberdade masculina, mesmo depois de reduzirem os seus níveis de testosterona por meio de medicação.
Conforme mostrado em matéria pelo Globo Esporte, a nova política da World Aquatics determina que as atletas trans não possam passar pela puberdade masculina. Em prática, as mulheres transgênero precisam completar a transição até os 12 anos.
+ Renée Richards, a primeira transgênero na história do tênis
Por outro lado, a entidade internacional diz entender que muitos países não autorizam que a transição de gênero seja iniciada em uma fase tão cedo da vida. A própria Associação Mundial para Saúde de Transgêneros, vale ressaltar, recomenda como idade mínima que o processo seja feito aos 14 anos.
Par de potes da Dinastia Ming é leiloado por valor recorde de R$ 71 milhões
Guitarrista detalha primeira impressão que teve de Freddie Mercury: 'Irritante'
Sinos da Catedral de Notre Dame voltam a soar em Paris cinco anos após incêndio
Homem é baleado e morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em SP
A última nota escrita pela Rainha Elizabeth em diário antes de sua morte
Rei holandês repudia ataques antissemitas após jogo de futebol e relembra 2ª Guerra