Os fragmentos são as evidências mais antigas de habitação na região. Nesse mesmo período ocorreu o encontro dos humanos com os enigmáticos hominídeos de Denisova
Fabio Previdelli Publicado em 20/08/2019, às 15h00
Arqueólogos encontraram ferramentas antigas em uma escavação na Mongólia. A descoberta indica que humanos possam ter habitado a região há cerca de 45 mil anos, o que é muito mais cedo do que se têm evidências atualmente. Há também a possibilidade de que, no local, nossos ancestrais se encontraram e se misturaram com os desconhecidos Hominídeos de Denisova.
O sítio arqueológico, conhecido como Tolbor-16, fica na região das montanhas de Khangai, situada no norte do país. As expedições foram realizadas entre 2011 e 2016 e revelaram centenas de artefatos de pedras, feito com lâminas longas e regulares.
Materiais parecidos foram encontrados em regiões próximas, como a Sibéria e o noroeste da China, mostrando que os humanos estavam espalhados por todo o continente.
“Esses objetos existiam antes, na Sibéria, mas não com tal grau de padronização”, explica Nicolas Zwyns, pesquisador da Universidade da Califórnia e principal autor do estudo. “O mais intrigante é que eles são produzidos de maneira complicada, mas sistemática — e isso parece ser a característica de um grupo que compartilha uma formação técnica e uma experiência cultural”, explica Zwyns.
Mesmo não tendo sido encontrado nenhum esqueleto humano no local, acredita-se que as ferramentas pertenceram aos Homo Sapiens, isso porque o design das ferramentas é similar aos encontrados no período Paleolítico Superior Inicial. A descoberta faz com que essas sejam as evidências mais antigas encontradas na Mongólia.
Os pesquisadores também acharam fragmentos ósseos grandes, possivelmente de gados selvagens ou bisões, e de bovídeos de tamanho médico, como carneiros , cabras e cavalos. Os animais teriam sido levados para lá por humanos, que se alimentaram de suas carnes.
A data da descoberta é bem próxima da época na qual os humanos encontraram pela primeira vez os enigmáticos hominídeos de Denisova. Estudiosos alegam que essa espécie, intimamente relacionadas aos humanos, tenha vivido na China há cerca de 160 mil anos. Embora não existam evidências diretas que comprovem a reunião em Tolbor-16, o local está na rota certa e no ano correto do encontro.
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