Sepultamento de um cachorro e um bebê humano juntos - Reprodução / S.R. Thompson
Arqueologia

Na Itália, enterros de humanos com animais da era pré-romana são encontrados

Um grupo de pesquisadores encontrou 16 indivíduos pré-romanos que estavam enterrados ao lado de restos de animais

Isabelly de Lima Publicado em 19/02/2024, às 10h01

Uma equipe de cientistas da Universidade de Berna, na Suíça, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Estudos de Múmias e da Universidade de Milão, na Itália, fez uma descoberta intrigante ao encontrar 16 indivíduos pré-romanos enterrados junto com restos de animais, incluindo cães e cavalos, no sítio arqueológico de Seminario Vescovile, em Verona, na Itália.

O local remonta ao período entre o terceiro e o primeiro século a.C., conhecido como Idade do Ferro e marcado pela presença céltica na região. A descoberta, detalhada em um artigo publicado na revista PLOS ONE em 14 de fevereiro, despertou o interesse da equipe para compreender os motivos por trás da presença desses animais nos enterros.

Para isso, foram analisados dados demográficos, genéticos, e informações sobre a dieta e as condições de sepultamento dos humanos da época. No entanto, os pesquisadores não conseguiram estabelecer uma relação clara para explicar esses sepultamentos peculiares. A ausência de um padrão definido abre espaço para diversas interpretações sobre a ligação entre humanos e animais.

Mulher adulta enterrada com cavalos e cachorro - Reprodução / Zita Laffranchi et.al

 

Alguns túmulos continham animais consumidos pela dieta humana, como porcos, galinhas e vacas, sugerindo possíveis rituais religiosos. Além disso, quatro pessoas foram encontradas enterradas com restos de cães e cavalos, animais que normalmente não fazem parte da alimentação humana.

Possíveis símbolos?

Os cientistas se depararam com diferentes disposições desses animais nos túmulos, o que pode indicar simbolismos religiosos ou simplesmente a companhia que os animais representavam para os indivíduos falecidos. No entanto, as pessoas enterradas com animais não parecem estar geneticamente relacionadas, o que sugere que essa prática não era restrita a uma única família.

Crânio de cão encontrado em túmulos - Reprodução / Zita Laffranchi et.al

 

O estudo faz parte do projeto CELTUDALPS, financiado pela Fundação Nacional de Ciências da Suíça (SNF) e pela província autônoma de Tirol do Sul, com o objetivo de explorar a história genética e a variação dos grupos "celtas" que habitaram as áreas da Suíça e do norte da Itália durante o período da Idade do Ferro.

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