Mulher que sobreviveu a serial killer quebra o silêncio: 'Me senti impotente'

Após quarenta anos de ter sido sequestrada, aos 16 anos, pelo serial killer Christopher Wilder, Tina Marie Risico falou pela primeira vez em ‘The Beauty Queen Killer: 9 Days of Terror’ para descrever o que passou sendo torturada pelo piloto de corrida em 1984, nos Estados Unidos.

"Muita coisa não foi dita em 40 anos. Quero compartilhar meu lado da história, minha verdade. Por que Tina sobreviveu sendo torturada e controlada? Se ninguém jamais esteve nessa situação de cativeiro, é difícil para as pessoas entenderem o conceito. Mas eu vivi", disse ela em relato para a série documental.

No dia 4 de abril de 1984, a então estudante estava em um shopping na Califórnia, para se candidatar a um emprego na Hickory Farms, quando foi abordada por Wilder. Ele convidou-a para sair do local dizendo que trabalhava para uma agência de modelos.

“Este é o único ponto do qual me arrependo a cada segundo da minha vida, todos os dias”, disse Risico. “Entrei no carro com esse completo estranho enquanto meus instintos diziam para não ir”.

Após aceitar o convite, Wilder levou-a para a floresta de Anaheim, onde apontou uma arma para ela e obrigou que tirasse a blusa. Antes de levá-la em uma viagem pelo país fugindo da polícia, o australiano a estuprou em seu carro.

Risico comentou que era estuprada todas as noites nos hotéis em que se hospedavam e disse também que Wilder cortou um fio da eletricidade para eletrocutá-la, o que a deixou com cicatrizes nos mamilos.

A jovem de 16 anos dormia com os pulsos algemados acima da cabeça, ao lado do homem de 39.

Eu me senti impotente. Quando de repente você percebe que seus direitos civis estão sendo controlados por outra pessoa e para sobreviver, você tem que obedecer”.

Novo caso

Risico comentou sobre um episódio, onde Wilder lhe pediu para abordar uma garota indiana e convencê-la a ir com eles: “Tudo o que passava pela minha cabeça era como poderia dizer para sair daqui? Mas eu apenas fiz o que ele mandou”.

Dawnette Sue Wilt, também de 16 anos, disse que foi atraída por uma oferta de modelo para um desfile de moda e se juntou aos dois no carro para partir.

“Depois que ele terminou de me usar, me disse: ‘Você precisa tomar um banho’, e enquanto eu estava no banho, pude ver as luzes acendendo e apagando, então ele tinha dado um choque nela. E ela estava gritando muito”.

Até hoje, Risico disse que seus dois arrependimentos são entrar no carro com Wilder e levar Wilt com eles. Mais tarde, Wilt foi esfaqueada por Wilder na floresta, deixando-a morrer. Felizmente, ela recebeu ajuda de um carro que passava pelo local.

Fim da linha

O assassino então comprou uma passagem de avião para Risico voltar à Califórnia e finalmente libertá-la. Como ela lembra, ele simplesmente disse ‘tchau’ e tentou dirigir até a fronteira com o Canadá.

Em 13 de abril de 1984, Wilder foi pego em New Hampshire e se matou com um tiro na frente da polícia, encerrando a busca.

Retorno conturbado

Com o retorno de Risico à Califórnia, segundo o 'E On-line', foi gerado um novo debate: se ela tinha sido cúmplice, já que os repórteres não entendiam como e por que ela sobreviveu à violência.

Por que eu sobrevivi? Não sei. Essa é a minha pergunta também”, continuou Risico. “Eu nunca gritei, apenas fiquei vulnerável a ele”.

*Sob supervisão;