Imagem do professor Enéas Salati - Divulgação/ YouTube/ CENA USP
Personagem

Morre professor Enéas Salati: 'Melhorar o mundo era o objetivo dele'

O engenheiro agrônomo e ambientalista faleceu no sábado, 5

Pamela Malva Publicado em 08/02/2022, às 20h00

No último sábado, 5, a ciência brasileira perdeu uma mente brilhante. Enéas Salati, professor conhecido por seus estudos sobre a Amazônia, faleceu aos 88 anos, em Piracicaba, em São Paulo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Formado em Engenharia Agronômica, pela USP, em 1955, o docente teve grandes conquistas profissionais. Salati, por exemplo, assumiu o cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) por duas vezes em sua carreira.

No final dos anos 1970, o professor ainda realizou um estudo inédito, medindo o nível de reciclagem das moléculas de água na Amazônia. A partir de suas pesquisas, descobriu que, em seu enorme ciclo, as moléculas vindas do oceano são precipitadas e, em seguida, evaporam, voltando para o ecossistema da região entre 5 a 8 vezes.

Mais tarde, em setembro de 1978, explicou, em artigo publicado no Estadão, como o desmatamento pode prejudicar o ciclo hidrológico da floresta. Com seus trabalhos, Salati fortaleceu a consciência ambiental no Brasil, sempre enaltecendo a Amazônia.

Ele foi o primeiro a medir as diferenças de temperatura no Rio Negro”, narrou o climatologista Carlos Nobre, que trabalhou com Salati no INPA, em 1975. “Foi dele também a ideia de construir uma torre no meio da Amazônia para medições climáticas."

Tamanho era o amor do professor pelas questões ambientais que tal vocação foi herdada por alguns membros de sua família. Segundo a filha de Salati, Eneida, de 66 anos, três dos quatro filhos do acadêmico seguiram na área de alguma forma.

Meu pai era uma pessoa que enxergava o que muita gente não enxergava. Trabalhou muito e se dedicou. Melhorar o mundo era o objetivo dele", afirmou Eneida.

Deixando a esposa, quatro filhos, netos, bisnetos e um tataraneto, Enéas Salati convivia com o Alzheimer há anos — doença que o deixou debilitado em seus últimos dias. Cremado nesta terça-feira, 8, o professor teve suas cinzas espalhadas na reserva florestal Adolpho Ducke, em Manaus, conforme seu próprio desejo.

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