Reportagem do New York Times levanta comportamentos antissemitas de rapper com a marca alemã; como quando ele desenhou suástica durante uma reunião
Fabio Previdelli Publicado em 28/10/2023, às 10h40
Em outubro do ano passado, a Adidas rompeu um contrato com o rapper Kanye West após o cantor ser alvo de muitas polêmicas e comentários antissemitas. Mas a empresa lidou com o comportamento controverso do músico por quase uma década antes do fim da relação.
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Segundo uma reportagem publicada pelo The New York Times na última sexta-feira, 27, a marca alemã enfrentou diversos comportamentos perturbadores de West: no primeiro encontro entre eles, por exemplo, Kanye teria desenhado uma suástica durante uma reunião.
De acordo com vários ex-funcionários, na ocasião, a equipe da Adidas se reuniu com o rapper para "lançar ideias para o primeiro calçado". Mas o norte-americano encontrou um jeito problemático de mostrar sua frustração com seus designers.
"Os funcionários da Adidas, entusiasmados com o início, colocaram tênis e amostras de tecido em uma longa mesa perto de um quadro de anotações com imagens fixadas", afirmou o relatório. "Mas nada do que mostraram naquele dia na sede da empresa na Alemanha capturou a visão que o Sr. West compartilhava."
"Para transmitir o quão ofensivos ele considerava os designs, Kanye pegou o esboço de um sapato e levou um marcador até a ponta do pé", disseram dois participantes da reunião.
Então ele desenhou uma suástica."
O comportamento deixou todos em uma onda de choque, especialmente pelo fato de que eles "estavam reunidos a poucos quilômetros de Nuremberg, onde os líderes do Terceiro Reich foram julgados por crimes contra a humanidade".
Mas esta não foi a única ocasião controversa. Kanye West chegou a proferir, em outras ocasiões, comentários antissemitas e sexualmente ofensivos. O New York Time aponta que situações como essa ocorreram por quase uma década.
Um dos momentos mais inescrupulosos aconteceu anos depois, apontou outra fonte ao jornal. Tudo começou quando o rapper supostamente "aconselhou um gerente judeu da Adidas a beijar uma foto de Hitler todos os dias".
Ele também teria dito a alguns colegas da Adidas que achava que Hitler era um "mestre de marketing" e que realmente "admirava" seu "domínio de propaganda". Então, em 2018, ele teria admitido ter pago, a um ex-presidente-executivo da Yeezy, um acordo de sete dígitos depois que eles "o acusaram de elogiar repetidamente o arquiteto do Holocausto".
O relatório aponta que isso aconteceu justamente quando ele queria nomear seu segundo álbum de 'Hitler' — entretanto, em 2018, ele acabou optando pelo nome "Ye", relembra o Page Six.
Apesar de seu legado problemático e errático, o NYT aponta que a Adidas continuou a trabalhar com o rapper — principalmente quando viram suas margem de lucro continuar a disparar.
Além disso, o jornal aponta que, apesar de sua conduta, a marca teria concordado em triplicar o salário anual garantido de Kanye West durante negociações em 2016. Mesmo período em que eles acrescentaram uma clausura moral; que foi acionada no ano passado.
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