Coroa devolvida ao Camboja - Divulgação/Ministério da Cultura e Belas Artes do Camboja
Camboja

Joias roubadas da coroa Angkoriana são devolvidas ao Camboja

Camboja foi saqueado durante regime do Khmer Vermelho e guerras civis na década de 1970

Fabio Previdelli Publicado em 21/02/2023, às 11h58 - Atualizado em 24/02/2023, às 09h37

Na segunda-feira, 20, o Ministério da Cultura do Camboja informou que dezenas de joias roubadas da coroa Angkoriana foram devolvidas depois de reaparecerem em Londres. O tesouro inclui coroas, colares, amuletos e outros itens do período, que durou entre os séculos 9 e 14, quando o império do Khmer Vermelho era uma força dominante no sudeste da Ásia. 

As 77 peças foram dadas pela família do negociante de antiguidades britânico Douglas Latchford — falecido em 2020 enquanto aguardava julgamento nos Estados Unidos por tráfico de arte. No mesmo ano, seus familiares chegaram a um acordo com as autoridades do Camboja para a devolução dos artefatos. 

Segundo o The Guardian, a coleção, que chegou ao país na última sexta-feira, 17, apresenta “ouro e outras peças de metais preciosos do período pré-angkoriano e angkoriano, incluindo coroas, colares, pulseiras, cintos, brincos e amuletos”, informou o Ministério. 

Contexto 

Na década de 1970, o Camboja foi devastado pelo regime do Khmer Vermelho e por guerras civis. Neste período, milhares de antiguidades foram saqueadas e vendidas por negociantes da Tailândia e Hong Kong para compradores nos Estados Unidos e Europa. 

Nos últimos anos, porém, promotores norte-americanos vem pressionando para que peças desta natureza sejam devolvidas. Em 2021, por exemplo, o país recebeu outros cinco artefatos de pedra e bronze da família de Latchford.

Já no ano passado, os Estados Unidos devolveram outras 30 antiguidades que foram saqueadas, incluindo esculturas de divindades budistas e hindus que foram esculpidas há mais de 1.000 anos.

Recentemente, Phoeurng Sackona, ministro da cultura do Camboja, fez um apelo para que indivíduos e museus de todo o mundo devolvam os artefatos roubados ao país para contribuir com a “reconciliação e cura dos cambojanos que passaram por décadas de guerra civil”.

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