Crianças, de 7 e 9 anos, resistiram graças ao 'instinto de sobrevivência', aponta coordenador do DSEI
Wallacy Ferrari Publicado em 19/03/2022, às 07h53
Se já não bastasse a feliz surpresa de ter encontrado as duas crianças de 7 e 9 anos vivas em meio a floresta amazônica do município de Manicoré, Amazonas, que estavam desaparecidas há 26 dias, a história em torno da sobrevivência da dupla começa a ser trilhada por investigadores e profissionais da saúde.
Sem levarem suprimentos ou contar com o auxílio de adultos para a manipulação e reconhecimento de alimentos em meio à vasta flora regional, os pequenos apelaram para uma das poucas coisas que conheciam; uma fruta típica local, chamada de sorva, que poderia ser encontrado pelo irmão mais velho em arvores.
Com o formato de bolinhas e adquirindo as cores vermelha e verde, a sorva é adocicada e vendida em feiras quando colhidas, sendo um dos poucos itens que os garotos conheciam. O rapaz de 9 anos, em vantagem pela altura, procurava as árvores do fruto e se esforçava para coletá-las quando sentiam fome, além de beber água da chuva.
Em entrevista ao portal UOL, o coordenador do DSEI (Distrito Sanitário Indígena) de Manaus (AM), Januário Carneiro Neto, reconheceu a ação natural dos pequenos: "Não foi uma ideia, foi um instinto de sobrevivência. Se eles sentiam fome, iam lá e comiam. É uma frutinha pequenininha que estava de fácil acesso para eles, era o que tinha".
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