O crânio foi encontrado no Reino Unido e é um dos mais completos já descobertos; detalhes de como espécie vivia podem ser revelados
Isabelly de Lima Publicado em 09/04/2024, às 13h05
Com praticamente 95% de sua superfície preservada, um crânio de 150 milhões de anos desenterrado em 2022 conquistou um lugar no Guinness World Records, o livro dos recordes, como a mais completa caixa craniana de pliossauro (Pliosauroidea) já encontrada.
A notícia foi divulgada pelo Guinness em 4 de abril. O fóssil, recuperado dos penhascos costeiros de Kimmeridge, em Dorset, na Inglaterra, mede aproximadamente 2 metros de comprimento por 0,6 metros de largura e pertence a um exemplar apelidado de "Sea-Rex" ("Rex do mar"), uma alusão ao T-rex.
Este crânio contém todos os ossos originais e 130 dentes, sendo encontrado ainda com as mandíbulas entrelaçadas. "Ele contém muitos detalhes anatômicos em um único espécime que são encontrados apenas parcialmente preservados em outros espécimes", relatou Judyth Sassoon, especialista em pliossauros da Universidade de Bristol, ao Guiness World Records.
Por exemplo, a mandíbula superior exibe o que parecem ser fossas sensoriais semelhantes às encontradas em crocodilos modernos, provavelmente utilizadas para detectar os movimentos das presas, repercute a Galileu.
Os pliossauros viveram durante os períodos Jurássico e Cretáceo, alguns alcançando comprimentos de 12 metros ou mais. Este monstro marinho possuía uma das mordidas mais poderosas entre os répteis marinhos, estimada entre 33 e 48 mil Newtons (N), cerca de 3 vezes mais forte do que a força de esmagamento de um crocodilo de água salgada. Em comparação, a força de mordida máxima dos seres humanos equivale a 700N.
O crânio do pliossauro foi descoberto em abril de 2022, quando Phil Jacobs, um colecionador amador de fósseis, avistou a ponta do focinho enquanto explorava uma praia sob um penhasco. Ele informou o paleontólogo Steve Etches sobre a descoberta, que obteve as permissões necessárias e reuniu uma equipe para iniciar as escavações em agosto daquele ano.
Foi preciso localizar onde a ponta do focinho provavelmente havia se soltado e tentar desenterrar o fóssil a cerca de 15 metros acima da costa. Em seguida, a equipe liberou os ossos da rocha em que estavam presos, e o processo de limpeza e restauração levou cerca de 10 meses para ser concluído.
O crânio ficou armazenado por alguns meses, o que resultou na secagem e subsequente encolhimento da pedra de lama que continha o crânio", disse Etches. "Isso quebrou muitos dos ossos, alguns dos quais se deslocaram durante o transporte e a montagem."
O fóssil está atualmente em exibição no Museu The Etches Collection, em Kimmeridge, que está recebendo doações para continuar as escavações e descobrir se o restante do corpo do animal também está presente no local ou não.
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