Após serem encontrados, arqueólogos ainda não descobriram se os animais foram mortos em batalha ou enterrados como parte de um ritual
Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 28/05/2024, às 18h43 - Atualizado em 29/05/2024, às 09h37
Arqueólogos franceses descobriram nove grandes sepulturas que apresentaram restos de cavalos de até 2.000 anos atrás, uma descoberta descrita como “extraordinária”. A descoberta ocorreu durante a escavação de um sítio dos séculos V a VI na comuna de Villedieu-sur-Indre, na França, onde também foram encontrados edifícios, valas e uma antiga estrada.
Os 28 animais, todos com cerca de seis anos, foram enterrados pouco após o falecimento. Cada um foi colocado do lado direito com a cabeça voltada para o sul. Perto dali, um túmulo continha os restos mortais de dois cães, com as cabeças voltadas para o oeste.
Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva da França (Inrap) informam que a datação por carbono situaria os restos mortais no final da conquista romana da Gália e início do Império Romano.
Os profissionais agora analisam os ossos para determinar se os animais foram enterrados após morrerem em batalha ou como parte de um ritual complexo. Uma epidemia animal foi considerada improvável, já que apenas cavalos machos adultos foram enterrados, entretanto, os restos são examinados para detectar possíveis parasitas.
O primeiro poço descoberto continha 10 esqueletos completos de cavalos. Os animais foram cuidadosamente dispostos em duas fileiras, explica o The Guardian.
"Observações arqueozoológicas revelam que se trata de cavalos pequenos, com 1m20 de altura na cernelha, característicos da pecuária gaulesa. Todos são do sexo masculino e adultos com mais de 4 anos. Menor, a segunda cova contém apenas dois indivíduos, idênticos aos anteriores", destaca o comunicado.
Isabelle Pichon, chefe da operação arqueológica do Inrap, descreveu a descoberta como “extraordinária... mas um mistério”:
Pensamos que, devido ao local onde foram enterrados, estavam ligados às guerras gaulesas travadas por Júlio César no século I a.C., mas isto ainda é apenas uma teoria. Sabemos que houve uma batalha importante e que o exército romano passou perto daqui, mas temos poucas evidências e até agora não encontramos nada que indique como eles morreram. Não podemos excluir que tenha sido um enterro ritual, embora não haja objetos enterrados com os cavalos", afirmou, conforme o The Guardian.
Pichon mencionou que amostras de DNA foram retiradas dos ossos e do sedimento ao redor. “Sabemos que os gauleses tinham cavalos pequenos deste tipo, mas também sabemos que alguns dos auxiliares romanos os utilizavam, por isso esperamos que algumas das amostras de DNA que recolhemos possam dar algumas respostas”, disse ela. “É uma descoberta extraordinária pela raridade de tais achados, mas é um mistério. O que sabemos é que estes cavalos foram enterrados com especial atenção. Eles não foram simplesmente jogados na cova, então foram tratados com cuidado e respeito.”
*Sob supervisão;
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