Os dois lados do fungo Penicillium chrysogenum - Divulgação/Fiocruz
Fungos

Fiocruz detecta 1º caso de doença por fungo Penicillium chrysogenum no Brasil

O micro-organismo causou infecção no cérebro de uma jovem e acende alerta para especialistas

Redação Publicado em 30/12/2022, às 15h17

Nesta sexta-feira, 30, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) divulgaram um estudo sobre o primeiro caso no Brasil de meningoencefalite, uma infecção fúngica no sistema nervoso central, causada pelo fungo Penicillium chrysogenum

A pesquisa foi publicada no periódico International Journal of Infectious Diseases e revelou que uma adolescente de 14 anos no Rio de Janeiro faleceu depois que o micro-organismo gerou uma infecção no cérebro e nas meninges. Em comunicado, os cientistas informaram:

Infecções fúngicas no sistema nervoso central apresentam uma série de síndromes clínicas, como meningite, encefalite, alta pressão intracranial, sem uma representação específica. A meningoencefalite fúngica geralmente é associada ao [fungo] Cryptococcus, mas este relatório se destaca por apresentar uma espécie do [gênero de fungos] Penicillium".

Além disso, de acordo com informações divulgadas pela revista Galileu, a jovem chegou ao Hospital Naval Marcílio Dias, localizado na zona norte do Rio, apresentando sintomas de sensibilidade à luz, vômito e dor de cabeça. Após realizar os exames, foi comprovado que ela não tinha nenhuma comorbidade e possuía capacidade de reagir contra os micro-organismos.

Detecção e análise 

A identificação do fungo foi feita a partir da análise do fluído cerebrospinal, ou seja, uma substância que fica ao redor do cérebro e da medula. Assim, os médicos encaminharam as amostras para o Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos do Instituto Oswaldo Cruz

Os pesquisadores confirmaram a detecção da espécie Penicillium chrysogenum através de técnicas moleculares. Mesmo com os medicamentos antifúngicos, a paciente não teve choque séptico e não resistiu.

Especialista 

Em nota, Manoel Evangelista de Oliveira, pesquisador do Laboratório do IOC e coordenador do artigo, declarou:

A gravidade desse caso nos preocupa porque aconteceu primeiramente com uma paciente imunocompetente [...] Nosso artigo serve como um alerta para médicos considerarem fungos com maior frequência em seus diagnósticos".

Outro ponto destacado foi o de redobrar a atenção a respeito da identificação rápida dos agentes causadores da doença, uma vez que os fungos também podem comprometer a saúde.

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