Alice Weidel, que é casada com uma imigrante e cética das mudanças climáticas, é candidata da Alternativa para a Alemanha para o cargo de chanceler
Redação Publicado em 17/12/2024, às 13h40
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) anunciou a seleção de Alice Weidel como sua candidata ao cargo de chanceler nas eleições antecipadas marcadas para fevereiro de 2025. Alice, que se identifica como lésbica e é casada com uma imigrante, se destaca por ser a primeira mulher a representar a legenda nessa disputa.
A Alemanha enfrenta um cenário político conturbado, que culminou na decisão do Parlamento de rejeitar um voto de confiança ao chanceler Olaf Scholz e optar pela dissolução do governo atual. Essa mudança acelerou o calendário eleitoral, antecipando as eleições que estavam inicialmente previstas para setembro.
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Weidel, que atualmente ocupa o cargo de colíder da bancada da AfD na câmara baixa do Parlamento, tem se destacado dentro do partido por seu perfil singular. Desde sua entrada na política em 2013, ela foi fundamental para o crescimento da AfD, que se consolidou como a terceira maior força política no Parlamento em 2017.
Seu histórico familiar é marcado por controvérsias, uma vez que seu avô paterno era um juiz proeminente durante o regime nazista. Alice descreve sua educação como "altamente política", mesmo sem vínculos partidários diretos de seus pais. Sua família foi deslocada da Silésia após a Segunda Guerra Mundial.
Formada em administração e economia, Weidel iniciou sua carreira no setor financeiro, trabalhando no Goldman Sachs antes de se mudar para a China para obter um doutorado sobre o sistema previdenciário chinês e atuar como consultora empresarial. Sua trajetória política começou quando se juntou à AfD, onde rapidamente ganhou notoriedade por sua habilidade em atrair novos eleitores.
Segundo analistas políticos, Alice Weidel é vista como uma figura que consegue equilibrar sua imagem entre os eleitorados moderados e mais radicais. Hans Vorlaender, especialista da Universidade de Tecnologia de Dresden, destacou sua capacidade de se posicionar como uma "política burguesa moderada" nos meios tradicionais enquanto se conecta com um público mais extremista nas redes sociais.
Embora a AfD seja frequentemente criticada por suas posturas extremistas, Weidel é percebida como uma líder que apresenta um discurso relativamente mais moderado em comparação com outros membros do partido. No entanto, seus opositores a acusam de ser uma "oportunista" que adota uma postura enganadora.
No campo das propostas políticas, Alice Weidel cita Margaret Thatcher como uma grande inspiração e defende reformas abrangentes na União Europeia. Ela também expressou ceticismo em relação às questões climáticas, propondo medidas como o fechamento das fronteiras e deportação de imigrantes considerados ilegais ou criminosos.
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A recente popularidade da AfD nas pesquisas mostra um crescimento significativo; conforme dados do Politico até dezembro de 2024, o partido alcançou 19% nas intenções de voto, ocupando o segundo lugar no cenário político atual da Alemanha.
A crise política se intensificou após a demissão do ministro das Finanças Christian Lindner pelo chanceler Olaf Scholz, levando à desintegração da coalizão governamental e à convocação antecipada das eleições. Com esse panorama conturbado, Alice Weidel acredita que a AfD terá maiores chances de influência nas próximas eleições e se esforça para quebrar o "cordão sanitário" que impede coligações com seu partido.
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