Pamela Bozanich (à esqu.) e os irmãos Menendez (à dir.) - Reprodução/Vídeo e Getty Images
Irmãos Menendez

Ex-promotora do caso dos irmãos Menendez alerta defensores: 'Temos armas'

Em novo documentário da Netflix, ex-promotora do caso de Lyle e Erik Menendez se pronunciou sobre defensores dos irmãos

Thiago Lincolins Publicado em 07/10/2024, às 15h28

O julgamento dos irmãos Menendez em 1993, pelo assassinato dos pais, destacou-se como um dos casos mais complexos na carreira da promotora Pamela Bozanich.

Atuando como procuradora adjunta do distrito no condado de Los Angeles, Bozanich enfrentou a difícil tarefa de seguir com a acusação contra Lyle e Erik Menendez, até então, suspeitos de matar os pais ricos em 1989.

Em um novo documentário da Netflix, "O Caso dos Irmãos Menendez", já disponível na Netflix, Bozanich relembrou os desafios do caso.

No dia das alegações iniciais, ao chegar ao tribunal, percebi câmeras me filmando e pensei: no que me meti?", disse ela na produção.

A pressão midiática foi tamanha que a promotora admitiu ter passado mal antes do julgamento. "Nunca tinha vomitado antes ou durante um julgamento", confessa.

O caso sofreu uma reviravolta quando os irmãos alegaram no tribunal que mataram o pai, José Menendez, um executivo da indústria musical, devido a anos de abusos sexuais sofridos.

Cena do crime

Eles também afirmaram ter assassinado a mãe, Kitty, por ela supostamente ignorar os abusos. Bozanich, entretanto, permaneceu cética quanto à sinceridade dos irmãos durante seus depoimentos, considerando-os como "exagerados" desde o momento em que a polícia chegou à cena do crime.

"Eles encontraram os dois irmãos na frente da casa", disse ela no documentário. "Eles estavam histéricos. Eles estavam exagerando. Mas a polícia foi muito legal com eles. Eles não foram tratados como suspeitos pelos investigadores no começo".

O primeiro julgamento contou com mais de 50 testemunhas de defesa, algumas das quais apoiaram os relatos de abuso relatados. No entanto, o júri não conseguiu chegar a um veredicto unânime.

Em 1996, durante o segundo julgamento, o juiz limitou as testemunhas da defesa sobre as alegações de abuso. Ambos foram condenados por assassinato em primeiro grau e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Nos últimos anos, o caso voltou ao foco público devido ao movimento nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde jovens pedem a revisão das condenações.

No documentário, Taylor Lorenz, repórter de tecnologia do New York Times, comenta a mobilização de internautas: "Milhões de jovens estão revendo a internet e reexaminando notícias antigas, principalmente dos anos 90 e 2000, e olhando para elas com um novo olhar".

Lyle Menendez expressa esperança diante dessa nova compreensão social sobre abuso sexual. Além dele, Hazel Thornton, jurada do primeiro julgamento, acredita que se o caso fosse julgado nos dias atuais, poderia resultar em uma condenação por homicídio culposo.

Bozanich critica

Pamela Bozanich, no entanto, critica essa mobilização nas redes sociais.

"A única razão pela qual estamos fazendo este especial é por causa do movimento TikTok para libertar os 'Menendi'", afirma ela. "Se é assim que vamos julgar os casos agora, por que não fazemos uma enquete?", disse em tom sarcástico.

Ela também aproveitou para alertar os internautas que apontam erros em sua postura no caso. 

"Suas crenças não são fatos. São apenas crenças. E, a propósito, todos vocês do TikTok, eu estou armada. Temos armas por toda a casa, então não mexam comigo".

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