Crânios deformados de antigo povo que viveu no Japão foram estudados por especialistas da Universidade de Kyushu
Giovanna Gomes Publicado em 17/08/2023, às 15h34
Uma equipe de arqueólogos conduziu recentemente uma investigação em crânios desenterrados do sítio arqueológico de Hirota, localizado na Ilha de Tanegashima, Japão, e descobriu que os antigos habitantes desse lugar praticavam a modificação intencional dos crânios.
Liderada por especialistas da Universidade de Kyushu, a pesquisa — cujos resultados foram publicados na quarta-feira, 16, na revista científica PLOS ONE — esclarece que a modificação craniana é uma tradição que remonta a milênios em diversas culturas ao redor do mundo.
Como destacou a revista Galileu, análises anteriores dos restos mortais recuperados do sítio de Hirota já haviam indicado a presença de crânios com características distintas, como uma forma craniana curta e um osso occipital achatado.
Tais características suscitaram suspeitas sobre a prática de deformação craniana. No entanto, ainda não estava claro para os especialistas se essa deformação era resultado de um procedimento intencional ou derivava de hábitos cotidianos.
O novo estudo agora aponta que essa prática era, de fato, intencional, e que tanto homens quanto mulheres apresentavam crânios modificados.
A tradição envolvia pressionar ou amarrar a cabeça de um indivíduo, geralmente durante a infância, com o intuito de alterar permanentemente a forma do crânio.
É possível que essa prática tenha sido adotada por algumas sociedades para simbolizar pertencimento a um grupo específico ou para denotar status social, como aponta uma teoria proposta por historiadores.
As razões subjacentes a essa tradição permanecem enigmáticas, porém a equipe teoriza que essa comunidade possa tê-la adotado para preservar a identidade do grupo, facilitando o comércio de produtos marinhos a longas distâncias, como sugerem evidências arqueológicas anteriores.
+ Confira aqui o estudo completo.
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