Estudo foi feito a partir da análise dos dentes dos dois leões - Divulgação/Field Museum of Natural History
Leões

Estudo revela que leões se alimentaram de seres humanos no século 19

Análises dos restos mortais de dois leões que viveram no Quênia no final do século 19 revelaram detalhes de sua dieta

Giovanna Gomes Publicado em 15/10/2024, às 11h20

Um estudo publicado na revista Current Biology na última sexta-feira, 11, analisou os restos mortais de dois leões do Quênia, que viveram na década de 1890 e estão em exibição no Museu Field de História Natural, nos EUA, desde 1925.

Com técnicas de microscopia e análise de DNA nos dentes, cientistas descobriram quais espécies faziam parte da dieta desses predadores, revelando, surpreendentemente, que humanos foram uma de suas últimas presas.

Esses leões foram abatidos em 1898 após atacarem e matarem pelo menos 28 pessoas em um acampamento de trabalhadores que construíam pontes sobre o Rio Tsavo, no Quênia. Relatos históricos descrevem os animais como grandes e desprovidos de juba. Seus restos mortais foram redescobertos em 1990, e uma primeira análise buscou indícios de sua dieta, mas a tecnologia da época limitou os resultados.

Inicialmente, cientistas concluíram que os leões eram machos mais velhos, sem a típica juba dos leões modernos. Além disso, descobriram que milhares de pelos estavam compactados nas cavidades expostas dos dentes. Em 2001, a condição dos dentes danificados foi examinada mais detalhadamente, e uma análise inicial dos pelos revelou a presença de espécies como eland, impala e órix, além de porco-espinho, javali e zebra.

De acordo com a revista Galileu, no novo estudo, cientistas utilizaram tecnologias avançadas de sequenciamento de DNA para refinar ainda mais a dieta dos leões. Com a análise do DNA mitocondrial, foi possível identificar linhagens maternas e construir um banco de dados com perfis genéticos das espécies de presas em Tsavo no século XIX.

Resultado

A análise revelou que os leões haviam se alimentado de girafas, zebras, gnus e humanos. Surpreendentemente, apenas um pelo de búfalo foi encontrado, o que, segundo Alida de Flamingh, pesquisadora da Universidade de Illinois e líder do estudo, pode ser explicado pela peste bovina que dizimou a população desses animais na década de 1880.

A pesquisa também indicou que os leões poderiam ser irmãos. Mais estudos são necessários para mapear a dieta desses predadores ao longo do tempo e, possivelmente, descobrir quando começaram a caçar humanos.

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