Ilustração imagina a ponte em questão - P. Roeschli, Laténium – Archaeological Park and Museum, Neuchâtel
Arqueologia

Estudo analisa mistério por trás de ponte que desabou na Suíça há 2.000 anos

Estudo revela complexa sequência de eventos em ponte antiga na Suíça, misturando sacrifícios celtas e colapso estrutural

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 03/07/2024, às 20h05

Os corpos de 20 pessoas, três vacas e dois cavalos ficaram presos nos destroços quando uma pequena ponte no oeste da Suíça desabou há 2.000 anos. Esse evento, que intrigou arqueólogos por décadas, sempre levantou uma dúvida: teria sido causado por uma inundação catastrófica ou por um ritual de sacrifício? Uma nova pesquisa sugere que a resposta pode ser uma combinação dos dois.

Na década de 1960, os restos estilhaçados de uma ponte de madeira sobre o Rio Thielle foram descobertos com armas de ferro e bronze, cerâmica e duas dúzias de esqueletos humanos e animais.

A maioria dos esqueletos humanos recuperados eram de homens adultos, alguns presos sob as vigas da ponte, que foi construída inicialmente em 135 a.C. Desde então, duas hipóteses principais emergiram: uma enchente que desencadeou o colapso ou uma oferenda ritual celta.

Em um estudo publicado em 17 de junho na revista Scientific Reports, os pesquisadores usaram diversas técnicas para desvendar o mistério. A análise dos 20 esqueletos humanos revelou que a maioria era do sexo masculino e metade apresentava ferimentos contundentes no crânio, sugerindo traumatismo infligido por outros, em vez de ferimentos típicos de um colapso de ponte. No entanto, os animais não apresentavam traumas semelhantes, reforçando a hipótese de um colapso acidental.

A equipe usou análise de carbono-14 para datar 11 esqueletos, revelando datas entre o terceiro e o primeiro século a.C. O esqueleto mais antigo datava de 361 a 152 a.C., enquanto o mais recente de 167 a.C. a 7 d.C. Isso sugere que os esqueletos chegaram ao rio em momentos diferentes, alguns devido ao acidente e outros por possíveis execuções violentas.

As vítimas

Para entender melhor as vítimas, os pesquisadores realizaram análises de isótopos e DNA nos 10 esqueletos mais bem preservados. Descobriu-se que nove eram biologicamente homens, sem relações genéticas próximas. Já a análise química indicou que eram descendentes de povos da Europa Ocidental ou Central, com alguns se movendo bastante em vida.

Segundo o 'Live Science', as evidências apontam para um acidente violento e repentino ocorrido na ponte no início do primeiro século a.C., mas também indicam que a ponte pode ter sido um local de sacrifício antes do colapso.

"Pode ter sido um lugar de sacrifício, e é concebível que alguns corpos tenham precedido o acidente", disse Marco Milella, co-líder do estudo e pesquisador do Departamento de Antropologia da Universidade de Berna, na Suíça.

Este estudo oferece uma nova compreensão da história complexa e multifacetada do local, sugerindo que não há necessidade de escolher entre as duas alternativas.


*Sob supervisão;

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