Documentos são relacionados aos assassinatos do presidente John F. Kennedy e Martin Luther King Jr., líder dos direitos civis
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/01/2025, às 17h30
Donald Trump emitiu uma ordem executiva que pode abrir caminho para a divulgação de documentos relacionados aos assassinatos do presidente John F. Kennedy, seu irmão Robert F. Kennedy e do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr.
A medida, que busca maior transparência sobre esses episódios marcantes da história dos Estados Unidos, enfrenta ceticismo por parte de historiadores, que não esperam mudanças significativas na narrativa já estabelecida.
Apesar da promessa de Trump em 2017 de liberar todos os documentos relacionados ao assassinato de John Kennedy, parte do material permaneceu confidencial, com o ex-presidente Joe Biden estendendo algumas restrições.
Na nova ordem, o democrata estabeleceu prazos de 15 dias para as autoridades apresentarem um plano de liberação sobre John e 45 dias para os casos de Robert e Luther King, argumentando que manter os documentos sob sigilo é inconsistente com o interesse público.
Historiadores concordam que é improvável que as informações tragam grandes mudanças à compreensão histórica dos assassinatos. Em entrevista ao NPR, Kevin Boyle, professor de história americana na Universidade Northwestern, acredita que a maioria dos documentos remanescentes sobre JFK não trará nada realmente novo.
Fredrik Logevall, biógrafo de Kennedy, compartilha a visão, mas ressalta a possibilidade de detalhes úteis sobre a viagem de Lee Harvey Oswald à Cidade do México antes do assassinato e os relatórios entre CIA e FBI sobre suas atividades.
"Mesmo que eles não alterem nossa compreensão dessa forma tão profunda, acredito que ainda há informações potencialmente úteis nesses materiais", disse Logevall em entrevista ao NPR.
Enquanto isso, Boyle acredita que os documentos podem conter informações de outros interesses, como detalhes sobre a atividade secreta em Cuba: "Há muitas informações que já foram reveladas sobre a extensão da operação secreta dos EUA antes do assassinato de John Kennedy. E acho que podemos obter novas revelações interessantes disso", apontou em entrevista ao NPR.
Em relação ao caso de Martin Luther King Jr., já se sabe muito sobre a vigilância do governo contra ele, com grampos destinados a desestabilizá-lo pessoalmente e politicamente. Kathryn McGarr, da Universidade de Wisconsin–Madison, considera que qualquer nova informação dificilmente mudará a narrativa central.
"Não acho que a narrativa vá mudar significativamente, embora, é claro, possamos obter mais alguns detalhes aqui e ali", destacou McGarr ao NPR.
No caso de Robert Kennedy, menos explorado que os outros dois, o interesse recai sobre possíveis conexões políticas do atirador Sirhan Sirhan. John Stoner, historiador da Universidade de Pittsburgh, acredita que a divulgação dos documentos pode esclarecer a extensão dessas conexões, mas não espera revelações transformadoras.
Os assassinatos de JFK, RFK e MLK alimentaram teorias da conspiração por décadas, com desconfiança crescente em relação à ocultação de informações pelo governo sob o pretexto de segurança nacional.
Para Boyle, novos documentos podem esclarecer as operações secretas relacionadas, como a atividade americana em Cuba antes do assassinato de John Kennedy, enquanto Logevall destaca a importância de entender a comunicação interagências na época.
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