O maior peixe-leão já encontrado no mundo foi capturado em Fernando de Noronha no último dia 27; entenda porque isso não é uma boa notícia
Um exemplar de peixe-leão de 49 centímetros, o maior do mundo já registrado, foi capturado no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha em 27 de fevereiro. O tamanho do animal ultrapassa os recordes anteriores da espécie, registrados na Venezuela (45,7 centímetros) e nos Estados Unidos (47,4 centímetros), e acende um alerta sobre a expansão da espécie exótica invasora no arquipélago.
Especialistas alertam que o crescimento expressivo do peixe-leão na região indica a alta disponibilidade de alimento para esse predador voraz, o que compromete a biodiversidade local.
"Isso representa que os peixes-leão em Noronha estão realmente crescendo muito porque eles têm bastante presa, entre os alimentos estão os peixes locais. Então, isso é bem preocupante, devido aos impactos que eles podem causar na biodiversidade de Noronha", afirmou Pedro Pereira, coordenador do Projeto Conservação Recifal, à CNN.
Originário do Indo-Pacífico, o peixe-leão foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2014 e registrado oficialmente em Noronha em 2020. A espécie possui alta taxa reprodutiva, podendo liberar até 30 mil ovos por vez, e é capaz de consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos, o que representa uma séria ameaça às populações de peixes nativos.
Desde o início do manejo do peixe-leão em Fernando de Noronha, mais de 1.200 exemplares foram removidos da região. Somente neste ano, cerca de 200 capturas já foram realizadas. O maior exemplar já capturado foi encontrado pelo mergulhador Fernando Rodrigues, da operadora de mergulho Sea Paradise, parceira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O ICMBio tem intensificado as ações de controle da espécie em Fernando de Noronha, com a capacitação de mergulhadores e a realização de expedições de captura e monitoramento. "Temos que lutar contra esse invasor. O mergulhador que vier trabalhar em Noronha deve procurar o ICMBio para ser capacitado e auxiliar na conservação da biodiversidade marinha", reforçou Lilian Hangae, chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, à CNN.
Segundo o 'Canal Rural', para facilitar a remoção do peixe-leão, um voluntário da área de pesquisa com foco na pesca está disponível diariamente no Porto Santo Antônio, com um equipamento especializado para armazenar os exemplares capturados.