Escudo celta de mais de 2.000 anos é considerado “a descoberta mais importante do Reino Unido” - Map Archaeological Practice
Arqueologia

Incrivelmente preservado, escudo celta de 2.000 anos é considerado “a descoberta mais importante do Reino Unido”

O artefato fazia parte de um ritual funerário que, entre outras coisas, foi enterrado junto com algumas armas, uma carruagem e dois cavalos que foram colocados na posição vertical

Fabio Previdelli Publicado em 09/12/2019, às 17h27

“A descoberta mais importante do Reino Unido”, foi assim que Melanie Giles, da Universidade de Manchester, descreveu o escudo de bronze que estava enterrado junto com um guerreiro celta de mais de 2 mil anos. Apesar da escavação, que culminou com o achado, ter sido realizada em 2018, somente na última semana que os resultados da pesquisa começaram a ser divulgados.

O notável artefato bem preservado, que tem cerca de 75 centímetros de comprimento, chamou a atenção pelas marcas assimétricas em formato de redemoinho que compõe a peça. Além da decoração, a ferramenta também possuía uma fenda feita por uma espada e algumas marcas evidentes de reparos — o que rechaça a ideai inicial de que o artefato tenha sido usado somente como um objeto de decoração.

A peça foi encontrada em um conjunto habitacional próximo à cidade de Pocklington, no leste de Yorkshire, enterrada junto com algumas armas, uma carruagem, dois cavalos que foram colocados na posição vertical, um broche de bronze e outro de vidro, e outros artefatos preciosos. O escudo estava com sua face virada para baixo e sobreposto ao esqueleto do guerreiro, que provavelmente era o dono do equipamento, que remonta a cerca de 320 a 174 anos a.C.

A peça foi encontrada enterrada junto com algumas armas, uma carruagem e dois cavalos que foram colocados na posição vertical / Crédito: Map Archaeological Practice

 

Com os elementos presentes no enterro, o grupo acredita que o homem falecido — que tinha por volta de 46 anos de idade quando morreu — possa ter sido “um membro significativo de sua sociedade”, explicou Paula Ware, diretora da Map Archaeological Practice e uma das responsáveis pela escavação. “A magnitude e preservação do enterro da carruagem de Pocklington nos fornece uma visão maior da época da Idade do Ferro”.

Depois de passar por um longo período de restauração, o design ornamentado do escudo foi finalmente revelado. Os padrões da arte são típicos dos celtas antigos da chamada cultura ‘La Tène’, que estava presente na Europa entre 400 e 1 a.C.

Os especialistas acreditam que os padrões foram gravados com intensas marteladas desferidas pelo lado oposto do escudo, o que permitia que o criador pudesse modelar o padrão assimétrico com mais facilidade.

Escudo celta de mais de 2.000 anos é considerado “a descoberta mais importante do Reino Unido” / Crédito: Map Archaeological Practice

 

A pesquisa mais apurada também determinou que, apesar dos traumas que o guerreiro sofreu, ele provavelmente não tenha morrido em uma batalha, mas sim por conta da velhice. Além disso, Paula também explica que a composição do enterro sugere que os antigos acreditavam na vida após a morte. "Esses cavalos foram colocados com os cascos no chão e as patas traseiras parecendo saltar da cova, como se estivessem viajando para outro local”.

guerreiro Esqueletos Idade do Bronze Yorkshire escudo celta carruagem La Tène

Leia também

Afinal, por que Plutão não é mais um planeta?


Trump promete visitar Springfield após espalhar falsa teoria sobre imigrantes


Descubra quem é a garotinha revoltada do "Xou da Xuxa"


Quando o Maníaco do Parque vai deixar a prisão?


Volta Priscila: Vitor Belfort diz que desaparecimento da irmã é um "enterro diário"


Restauração de templo egípcio revela inscrições antigas e cores originais