O ex-vice-presidente do Equador, Jorge David Glas Espinel, residia na embaixada desde dezembro, mas foi preso em invasão
Isabelly de Lima Publicado em 06/04/2024, às 08h56
As autoridades policiais do Equador realizaram uma invasão na sede diplomática do México em Quito, a capital equatoriana, na última sexta, 5, e detiveram Jorge David Glas Espinel, ex-vice-presidente do país, que estava residindo na embaixada desde dezembro.
Glas foi sentenciado em duas ocasiões no Equador por envolvimento em casos de corrupção. Ele ocupou cargos durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, entre os anos de 2013 e 2017.
O presidente do México, López Obrador, comentou sobre o incidente, considerando a prisão do ex-vice-presidente como uma violação evidente do direito internacional e da soberania mexicana. Ele afirmou ter instruído seu ministro das Relações Exteriores a interromper as relações diplomáticas com o Equador, segundo a CNN Brasil. No X, ele escreveu:
Alicia Bárcena, nossa secretária de Relações Exteriores, acaba de me informar que a polícia do Equador entrou à força em nossa embaixada e deteve o ex-vice-presidente daquele país”.
“Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, razão pela qual instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do México e Equador”, completou.
Me acaba de informar Alicia Bárcena, nuestra secretaria de Relaciones Exteriores que policías de Ecuador entraron por la fuerza a nuestra embajada y se llevaron detenido al exvicepresidente de ese país quien se encontraba refugiado y tramitando asilo por la persecución y el acoso…
— Andrés Manuel (@lopezobrador_) April 6, 2024
O México e o Equador já haviam se envolvido em uma série de tensões diplomáticas durante a semana. A embaixadora mexicana em Quito, Raquel Serur Smeke, foi declarada "persona non grata" no Equador na quinta-feira, 4, após o presidente mexicano criticar as eleições recentes no Equador.
O segundo turno das eleições equatorianas em 2023 ocorreu de forma "muito suspeita", afirmou López Obrador, sugerindo que os candidatos presidenciais se beneficiaram do uso da mídia, do assassinato do candidato Fernando Villavicencio e da violência geral durante a campanha.
Em um comunicado divulgado no X, o Ministério das Relações Exteriores do Equador classificou os comentários de López Obrador como "infelizes" e reiterou o luto do país pelo assassinato de Villavicencio. Além disso, enfatizou o compromisso com a garantia do "respeito à dignidade e soberania do Estado equatoriano" e a "não intervenção nos assuntos internos de outros Estados".
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do México anunciou em um comunicado à imprensa na sexta-feira que o país havia decidido conceder asilo político a Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador - uma medida que a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfield, rapidamente criticou como "interferência nos assuntos internos".
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