Escavações na montanha revelaram artefatos inéditos que comprovam a tomada da cidade por Nabucodonosor
André Nogueira Publicado em 12/08/2019, às 11h00
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, realizaram uma nova escavação no Monte Sião, em Jerusalém, e encontraram provas contundentes da conquista babilônica da cidade entre 587 e 586 a.C.
O material catalogado inclui pontas de flecha e camadas de cinzas de combustão, além de fragmentos de cerâmica, lâmpadas, joias de ouro, prata e outros materiais datados da Idade do Ferro.
É a segunda grande descoberta da equipe que escava Sião em 2019 – coordenada por Shimon Gibson (UNC Charlotte), Rafi Lewis (Ashkelon Academic College) e James Tabor (UNC) – que também encontraram vestígios da Primeira Cruzada na região. A novidade instigou os pesquisadores. Isso porque nunca foram encontrados depósitos materiais babilônicos e hebraicos lado a lado de tamanhas proporções. Há também evidências do cerco gerado pela Babilônia contra a cidade.
“Nós sabemos onde a antiga linha de fortificação existiu”, observou Gibson, fortalecendo a hipótese dos pesquisadores contra explicações anteriores à descoberta. Não se tratando de uma área de despejo ou uma necrópole, a concentração do material encontrado, é explicada pela guerra ocorrida nas fronteiras de Jerusalém.
Os pesquisadores dizem que encontrar evidências de um evento histórico crítico é o que torna a descoberta interessante. Os vestígios são de suma relevância para a história levantina, que tem na tomada dos babilônios da região um marco da formação de Israel, mesmo que isso se converta na narrativa mitológica do Êxodo usando o Egito como personagem. O evento já era conhecido pelos escritos de Nabucodonosor.
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