Em museu, rei do povo Bamum de Camarões senta em trono roubado pelos alemães

No último final de semana, Nabil Mbombo Njoya, que é rei sultão do povo Bamum de Camarões, ao fazer uma viagem para a Europa, resolveu visitar na Alemanha o museu etnológico de Berlim, em que, no espaço, há um trono que pertenceu a Ibrahim Njoya, seu bisavô. 

Ao se deparar com a peça, conforme repercutiu o jornal O Globo, Nabil se sentou no local. Vale destacar que o objeto foi levado do país em 1908 pelos alemães, em um momento da História conhecido como período de colonização. Atualmente, o bisneto de Ibrahim tenta fazer com que o trono seja devolvido ao país de origem dele. Para a National Geographic, Nabil relatou:

Eu vejo a mim e aquele trono. Eu vejo muitas pessoas Bamum ao meu redor. E estou vendo, ao meu lado, o diretor do museu de Berlim apertando minha mão, e nós dois dizendo: ‘Conseguimos! Fizemos isso - não por nós, mas por nossos filhos.' ” 

Contextualização histórica 

Conforme informado pela National Geographic, quando os alemães, nos anos de 1884 a 1916, ocuparam a África, eles deram a sugestão para que Ibrahim enviasse uma réplica do trono Mandu Yenu para o Kaiser Wilhelm II, como um presente de aniversário. 

Naquela ocasião, Njoya aceitou a proposta sugerida. Porém, a réplica não ficou pronta no período estipulado para a celebração, e assim os alemães obrigaram o bisavô de Nabil entregar a peça original.