Stefan Jagsch, membro do partido de extrema-direita NPD, foi o único candidato a prefeito de Waldsiedlung, cidade de 2.650 habitantes. Líderes de outros partidos tentam anular a eleição
Vinícius Buono Publicado em 10/09/2019, às 10h00
A eleição do neonazi Stefan Jagsch para prefeito de Waldsiedlung, uma pequena cidade de 2650 habitantes no centro da Alemanha, causou fúria e indignação nos políticos do país. Ele é membro do NPD (sigla em alemão para Partido Democrático Nacional), partido de extrema-direita que é considerado inconstitucional.
Jagsch foi eleito de maneira unânime pelos sete conselheiros da cidade por um motivo bem simples: ele era o único candidato. O representante do partido da Chanceler Angela Merkel, CDU (Democratas Cristãos), bem como os de organizações mais à esquerda como os Social Democratas (SPD) e os Liberais (FDP) votaram por Jagsch apenas para preencher o vácuo.
A decisão, porém, gerou furor nas altas cúpulas dos partidos. Líderes vieram a público, inclusive nas redes sociais, dizer que não cooperam com nazistas em nenhum nível, que a eleição devia ser anulada e que os objetivos do NPD não são democráticos.
O partido foi considerado inconstitucional pela justiça alemã em 2017, mas sobreviveu aos pedidos de banimento por não ser considerado capaz de alterar a ordem democrática do país.
O filósofo irlandês Edmund Burke (1729-1797) dizia que tudo o que o mal precisa para vencer é que os bons não façam nada. Tal decisão da justiça da Alemanha parece ainda mais contestável quando se lembra que o Partido Nazista saltou de apenas 12 cadeiras no Reichstag, número inexpressivo e também incapaz de alterar qualquer ordem, para 107 após as eleições de 1930. Sem que ninguém a exponha como farsa, a história pode, sim, se repetir como tragédia.
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