O recém-eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ex-presidente Dilma Rousseff - Getty Images
Política

Dilma não deve ser ministra de Lula, mas pode ter cargo fora do Brasil

Para Lula, Dilma não cabe em um ministério por ter "a grandeza de ter sido a primeira mulher presidente da história deste país"

Éric Moreira Publicado em 01/11/2022, às 12h03

Dilma Rousseff foi a candidata escolhida para representar o PT e substituir Lula — eleito recentemente para ser presidente a partir de 2023 — em 2011, após seus dois mandatos de governo, tendo sido eleita em 2010 com 56,05% dos votos. Visto isso, muito se sabe sobre a boa relação entre os dois líderes políticos, e admiração que um tem pelo outro, o que já foi muitas vezes comentado por ambas pessoas.

Por isso, muito se especulou se havia a possibilidade de Dilma ser indicada para algum ministério para o novo governo de Lula (PT), a partir de 2023. No entanto, o mais provável de acontecer mesmo é a indicação da ex-presidenta para um cargo fora do Brasil, como informado pela colunista Mônica Bergamo em texto à Folha de S. Paulo.

A ideia da indicação a cargo no exterior seria acompanhada por um resgate histórico de Dilma como presidente do Brasil, que sofreu impeachment em 2016 — o que Lula sempre classificou como um 'golpe'. Além disso, o amplo trânsito dela entre os líderes internacionais favorece a decisão, e depende principalmente do desejo de Rousseff.

Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, e Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente recentemente eleito / Crédito: Getty Images

 

Dilma nas campanhas

Ao longo das campanhas eleitorais de 2022, tanto de Lula (PT) quanto de Bolsonaro (PL), o nome de Dilma foi diversas vezes mencionado — ainda mais porque enquanto um a defende, outro a abomina, além de ela ter deixado o cargo com um impeachment e bastante mal avaliada.

Tem muita gente que, na perspectiva de criar confusão entre nós dois, fala para mim: 'Você vai levar a Dilma para um ministério? Você vai levar o José Dirceu para um ministério?' Nem eu vou levar e jamais a Dilma caberia em um ministério, porque Dilma tem a grandeza de ter sido a primeira mulher presidente da história deste país", já disse Lula após um comício realizado em maio deste ano, em São Paulo.

Assim, Lula sempre fez questão de elogiar e dar destaque à ex-presidente Dilma em diversos momentos de sua campanha — o que, de acordo com Mônica Bergamo, incomodava estrategistas da campanha de Lula, que temiam que as afirmações espantassem o eleitorado que votava no petista mais por aversão a Bolsonaro que admiração pelos governos anteriores.

Bolsonaro, por sua vez, se referia sempre ao governo do PT de 14 anos consecutivos como "governo Lula-Dilma", visando atribuir a rejeição que Dilma tinha ao então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula. Apesar disso, no discurso de vitória feito por Lula no último domingo, 30, o recém-eleito voltou a fazer elogios a companheira política, ovacionada pelos que estavam na celebração.

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