Inundações que afetaram a grande maioria dos municípios do Rio Grande do Sul acarretaram na falta de água potável
Redação Publicado em 09/05/2024, às 13h41
Detentos de unidades prisionais atualmente isoladas na região metropolitana do Rio Grande do Sul então enfrentando uma situação angustiante após as inundações que afetaram 80% dos municípios do estado na semana passada.
Nós estamos há sete dias sem banho. Sete dias comendo arroz e feijão. Nós estamos [em] seis dentro de uma cela e eles pagam um, dois litros de água para cada cela. Dois litros para seis cara", diz relato de um detento da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro que chegou ao portal Ponte.
De acordo com a fonte, familiares, que preferem manter o anonimato por receio de represálias, relatam uma situação crítica no sistema carcerário, onde os presos dependem dos mantimentos enviados por eles para sobreviver. Em Montenegro, a cerca de 60 quilômetros da capital Porto Alegre, embora as águas não tenham invadido o presídio, o abastecimento de água é um desafio.
Em Charqueadas, onde há um complexo prisional com sete unidades, a enchente afetou três delas devido ao aumento do nível do Rio Jacuí, conforme informou o superintendente dos Serviços Penitenciários (Susepe) do Rio Grande do Sul, Mateus Schwartz dos Anjos.
Na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), alguns detentos foram realocados para galerias superiores, enquanto outros 1.057 foram transferidos para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) no último final de semana.
Após a queda do nível do rio, todos os presos retornaram para a PEJ, conforme anunciado pela Susepe. No entanto, familiares têm enfrentado dificuldades para obter informações, já que as visitas foram canceladas em Charqueadas e não há autorização para enviar água e mantimentos, além dos acessos ao município estarem prejudicados.
No final de semana, a Vara de Execução Penal de Porto Alegre autorizou a liberação de detentos do regime semiaberto para prisão domiciliar no Instituto Penal de Charqueadas (IPCH) por 20 dias, e no Instituto Penal de Canoas (IPC) por cinco dias, excluindo aqueles que estão detidos preventivamente, conforme informou a assessoria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).
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