Imagem ilustrativa da Lua - Foto de wirestock, via Freepik
Astronomia

Descubra o mistério por trás da atmosfera da Lua, desvendado em novo estudo

Um estudo recente solucionou uma questão que intrigava a Ciência: como ocorre a reconstituição da atmosfera lunar?

Maria Paula Azevedo, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/08/2024, às 14h32

A atmosfera da Lua é extremamente rarefeita, chegando a ser classificada como uma exosfera. Os átomos presentes nela estão tão distantes uns dos outros que praticamente não colidem. Para comparação, enquanto a atmosfera da Terra se estende por cerca de 10 mil km de profundidade, a da Lua tem apenas cerca de 100 km.

Assim, a superfície da Lua constantemente perde átomos. Parte deles é liberado devido ao escape gravitacional e se perde diretamente no espaço. Outra parte pode saltar e ser reciclada no manto de intemperismo. Mas mesmo com essas perdas contínuas, a atmosfera lunar persiste e é renovada constantemente.

Por isso, uma questão que intrigava a Ciência era: como ocorre essa reconstituição?

Respostas

Um artigo publicado na última sexta-feira, 2, na revista Science Advances revelou que a atmosfera da Lua é composta em 70% por vaporização causada pelo impacto de meteoritos e 30% por pulverização do vento solar.

O estudo, baseado em amostras de solo lunar coletadas pela missão Apollo, analisou as formas de Potássio (K) e Rubídio (Rb) presentes no local. E conforme repercutido pelo UOL, essas substâncias podem se vaporizar nos impactos de meteoros.

Desde que o ser humano chegou à Lua no final da década de 1960, sabemos que sua atmosfera é bastante fina e volátil. No entanto, até 2013, o processo por trás disso continuava um mistério.

Na última década, uma missão da NASA identificou os dois processos principais na formação contínua da superfície lunar: a vaporização causada por meteoritos e a pulverização pelo vento solar. No entanto, ainda não se sabia qual desses processos predominava na formação da exosfera lunar.

Com o novo estudo, foi possível determinar que a principal contribuição para a atmosfera da Lua é a vaporização provocada pelos impactos de meteoritos.

A Lua é constantemente atingida por meteoritos, que variam de grandes impactos, como os observados em chuvas de meteoros, a micrometeoritos do tamanho de partículas de poeira. Essas colisões geram temperaturas extremamente altas, entre 2000 °C e 6000 °C, derretendo e vaporizando as rochas da superfície lunar.

Outra maneira pela qual a atmosfera da Lua se reconstitui é através da pulverização causada pelo vento solar. Esse processo ocorre quando átomos neutros são ionizados e transportados pelo vento solar, sendo implantados na superfície lunar.

Assim, esse estudo permite uma compreensão mais profunda de como atmosferas finas se formam não apenas na Lua, mas também em outros satélites e planetas do nosso Sistema Solar.

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