Nesta quarta-feira, 11, a comissão decidiu seguir com o indiciamento do presidente depois que ele indicou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o Coronavírus
Pamela Malva Publicado em 11/08/2021, às 22h00
Nesta quarta-feira, 11, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 decidiu dar continuidade ao indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por charlatanismo no relatório final da investigação. A decisão foi baseada no fato de que o governante teria indicado o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o Coronavírus.
Na mesma sessão, a CPI colheu o depoimento do diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista. Uma das fabricantes da ivermectina no Brasil, a empresa viu seus ganhos crescerem durante a pandemia, enquanto incentivava o chamado tratamento precoce.
O problema é que, para os senadores da comissão, Jair Bolsonaro tornou-se o principal 'garoto-propaganda' de remédios como a ivermectina e a hidroxicloroquina. "E o custo foi pago em vidas. Está aqui a tragédia”, afirmou Renan Calheiros.
Com certeza, a Vitamedic colaborou para que isso acontecesse ao continuar produzindo e comercializando, para tratamento da covid, um medicamento inútil, ineficaz, tido como tal pela ciência, por todos de responsabilidade no Brasil e no mundo", pontuou.
Ainda segundo o Terra, o relatório da CPI deve indiciar Bolsonaro com base nos artigos 283 e 284 do Código Penal. Com penas que variam entre três meses a dois anos de prisão e multa, o trecho do documento pune crimes de charlatanismo e curandeirismo.
Para o senador Humberto Costa, "o senhor Jair Bolsonaro atuou como se fosse um curandeiro, anunciando cura infalível para uma doença em que isso efetivamente não existe". Já na opinião de Rogério Carvalho, "é um constrangimento ver o presidente se prestar a um papel desses, de charlatão, ao prescrever sem autorização para tal".
A CPI também deve indiciar Bolsonaro por crime de prevaricação no relatório que deverá ser encaminhado para o Ministério Público Federal. Ainda mais, Renan Calheiros planeja sugerir uma indenização para que as famílias das vítimas da Covid-19 processem a União e as empresas que lucraram com os medicamentos sem eficácia comprovada.
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