Aproximação facial realizada pelo designer brasileiro Cicero Moraes revelou como seria o rosto de jovem egípcio; confira detalhes
Giovanna Gomes Publicado em 14/11/2024, às 13h10 - Atualizado às 18h35
A múmia conhecida como “Golden Boy” preserva os restos de um jovem de cerca de 14 anos, que viveu no Egito ptolomaico, aproximadamente entre 332 e 30 a.C.
Encontrada em Edfu, essa múmia foi submetida a uma tomografia computadorizada em 2022, com os resultados publicados em 2023. O estudo revelou 49 amuletos colocados estrategicamente dentro e ao redor do corpo, junto com sandálias cerimoniais nos pés, indicando seu alto status social e boas condições de saúde na época da morte.
Com base nos dados disponibilizados sob licença Creative Commons (CC BY) pelo estudo original, foi possível realizar uma reconstrução facial forense do “Golden Boy”. A técnica de reconstrução facial é usada para aproximar a aparência de um indivíduo a partir de seu crânio, especialmente quando outros métodos de identificação são insuficientes.
A reconstrução, realizada pelo designer 3D brasileiro Cicero Moraes, foi conduzida utilizando software de código aberto, principalmente o Blender 3D, equipado com o add-on OrtogOnBlender. Esse sistema inclui um submódulo específico para reconstrução facial forense, o ForensicOnBlender, permitindo uma abordagem precisa e replicável.
Os dados obtidos da tomografia do “Golden Boy” forneceram medidas detalhadas que ajudaram a ajustar o crânio virtual, importado de um doador digital com idade semelhante. A modelagem incluiu a colocação de marcadores de espessura de tecido mole, baseados em tabelas anatômicas contemporâneas. As projeções para elementos como o nariz, lábios e olhos foram refinadas a partir de estudos tomográficos de indivíduos vivos.
Além disso, uma técnica de deformação anatômica foi aplicada. O crânio do doador foi deformado até corresponder ao crânio estimado do “Golden Boy”, resultando em uma reconstrução coerente do tecido mole e das características faciais.
O modelo final incluiu detalhes adicionais como cabelo e tom da pele, inspirados em retratos de múmias ptolemaicas e arte egípcia antiga, bem como em dados populacionais presentes em outros estudos.
A renderização passou por um processo de refinamento com inteligência artificial para melhorar os detalhes faciais sem comprometer a integridade da reconstrução. Ajustes manuais foram feitos usando o software GIMP para garantir uma representação mais fiel.
+ Confira aqui o estudo completo.
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