Urna funerária descoberta dentro de tumba romana na Espanha revelou impressionante vinho de 2 mil anos ainda líquido; confira!
Éric Moreira Publicado em 20/06/2024, às 12h53 - Atualizado às 15h15
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Córdoba, da Espanha, fizeram uma descoberta especialmente impressionante: nada menos que o vinho mais antigo já visto, ainda em estado líquido e, inclusive, que poderia ser bebido. O líquido foi encontrado dentro de uma urna funerária, resgatada de dentro de uma tumba romana de 2 mil anos atrás.
Divulgada no Journal of Archaeological Science: Reports, a descoberta foi feita no subsolo de uma residência em Carmona, na província de Sevilha, no sul da Espanha. O vinho estava dentro de um frasco de vidro, em uma urna funerária, que também continha os restos mortais cremados de um homem.
As primeiras análises dos pesquisadores sobre o líquido — cerca de cinco litros — apontaram que ele não era proveniente de condensação ou inundação, tinha um pH ideal para consumo e muitos elementos químicos semelhantes aos vinhos atuais. Sua coloração, marrom-avermelhada (embora originalmente fosse um vinho branco), se devia a reações químicas que ocorreram ao longo de 2 mil anos de armazenamento.
O vinho acabou por ser bastante semelhante aos vinhos daqui da Andaluzia: vinhos do tipo xerez (feito geralmente com a combinação de três tipos de uvas brancas)", pontua no estudo o líder das análises, o químico orgânico Ruiz Arrebola, da Universidade de Córdoba.
A partir de uma análise microbiológica, os pesquisadores também determinaram que, embora a coloração tenha variado bastante em "apenas" dois milênios, o líquido não é tóxico. Vale mencionar que, até então, o vinho mais antigo preservado em estado líquido conhecido era de uma garrafa encontrada em um túmulo romano datado de 325 d.C., da Alemanha.
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Conforme repercutido pelo Estadão, a recuperação da urna funerária em que o vinho foi encontrado se deu em 2019, durante obras na residência em que estava o túmulo romano. Conforme descrito pelo arqueólogo José Ruiz, a tumba era "esculpida na rocha, [o] que lhe permitiu permanecer em pé por 2 mil anos".
Além da urna com o vinho e os restos mortais cremados de um homem, que também tinha, ainda, um anel de ouro decorado, também encontraram em outra urna um frasco de cristal contendo um perfume romano com aroma de patchouli, também de 2 milênios atrás.
Ao todo, foram achados oito nichos funerários e seis urnas, em calcário, arenito ou vidro e chumbo, cada uma contendo os restos de um único indivíduo. Em duas delas foi possível identificar os nomes "Hispanae" e "Senicio".
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