Equipe acredita ter encontrado a causa para as chamadas 'portas do inferno', crateras que surgiram na camada congelada da Sibéria, no Ártico Russo
Giovanna Gomes Publicado em 13/11/2024, às 10h09
Uma equipe de cientistas acredita ter desvendado o mistério por trás de mais de 20 crateras que "explodiram" na camada congelada da Sibéria, no Ártico russo, desde 2014. Localizadas nas Penínsulas Yamal e Gydan, essas formações intrigaram especialistas e curiosos, que as apelidaram de "porta do inferno". Por anos, teorias sobre sua origem variaram entre impacto de meteoros e intervenções alienígenas.
Segundo a CNN, engenheiros, físicos e cientistas da computação publicaram um estudo que atribui o fenômeno às mudanças climáticas e à geologia peculiar da região.
A pesquisa revelou que as crateras surgem quando gases, principalmente metano, ficam presos sob a tundra. Esse acúmulo forma montes na superfície, que eventualmente "explodem" devido à pressão, abrindo grandes buracos e liberando os gases. O que ainda não se sabia era como essa pressão se intensificava e a origem exata dos gases.
Ana Morgado, engenheira química da Universidade de Cambridge e autora do estudo, explicou que a equipe descartou reações químicas como causa das explosões.
De acordo com o portal O Globo, a pesquisa focou na permafrost — camada permanentemente congelada do subsolo — e nos hidratos de metano localizados abaixo dela. Entre essas camadas, encontram-se os "criopegs", bolsões de água salgada e descongelada.
As mudanças climáticas têm acelerado o derretimento da camada superior do solo, fazendo com que mais água infiltre no criopeg. Com o tempo, isso gera um aumento significativo de pressão.
“O problema é que não há espaço suficiente para a água extra, então o criopeg incha, a pressão aumenta e o solo se quebra, enviando rachaduras à superfície. Essas rachaduras causam uma queda rápida na pressão nas profundezas, danificando os hidratos de metano e causando uma liberação explosiva de gás”, detalha o estudo.
Embora os cientistas considerem o fenômeno único da Sibéria, Morgado alerta que, se ele ocorrer em outras partes do mundo, novas investigações serão necessárias.
Pesquisadores como Evgeny Chuvilin, do Instituto de Ciência e Tecnologia Skolkovo, em Moscou, destacaram que a teoria apresentada, apesar de nova, pode simplificar a complexa geologia siberiana.
Lauren Schurmeier, geofísica da Universidade do Havaí, concorda que a pesquisa é consistente “em teoria”, mas ressalta que há muitas possíveis fontes de gás na região. Apesar das divergências, os cientistas concordam que o aquecimento global pode intensificar a formação dessas crateras no futuro.
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