Indústria da caça às baleias na Noruega perdurou por 200 anos, entre os séculos 17 e 18; na época, cemitérios exclusivos para caçadores foram criados
Giovanna Gomes Publicado em 08/08/2024, às 10h57
Um cemitério com centenas de túmulos de caçadores de baleias está sendo escavado no arquipélago norueguês de Svalbard. A indústria de caça às baleias na Noruega perdurou por 200 anos, entre os séculos 17 e 18, quando a gordura das baleias era transformada em óleo e seus ossos eram usados para fabricar itens como sombrinhas e espartilhos.
Muitos baleeiros faleciam durante as expedições, o que levou à criação desses cemitérios exclusivos. Até o momento, cerca de 800 túmulos foram identificados, mas a erosão está gradualmente levando-os para o mar.
A pesquisadora Lise Loktu afirmou ao site ScienceNorway que "em nenhum outro lugar há tantos túmulos bem preservados representando partes da população europeia desse período".
Segundo informações do portal Galileu, os esqueletos estão bem preservados devido ao clima frio e ao permafrost, com restos de pele, cabelos e vísceras. Caixões, equipamentos e roupas também foram encontrados em bom estado.
Loktu explicou que, enquanto a Europa tem muitas informações sobre vestimentas da classe alta, as roupas e a vida cotidiana das pessoas comuns são menos representadas nos museus. "Os baleeiros consertavam e usavam suas roupas por muito tempo. Eram pessoas pobres", observou.
A análise do DNA dos materiais encontrados permite que os arqueólogos estudem a dieta, estilo de vida e saúde da população da época.
"O desgaste dos esqueletos sugere que alguns tinham trabalhos que exigiam muito esforço físico. Outros eram remadores ou arpoadores", disse Loktu. Os barcos de caça transportavam uma tripulação de seis homens para o Ártico, onde usavam arpões para caçar baleias e, após cansar o animal, matavam-no com lanças para extrair o óleo.
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