Imagem meramente ilustrativa com cachorro de rua - Foto por designfoto pelo Pixabay
Qatar

Catar: Ativistas denunciam matança de cachorros de rua antes da Copa

Ativistas de defesa dos animais acusam governo do Catar de promover abate de cães vira-lata de rua antes da Copa

Redação Publicado em 08/12/2022, às 11h33

No Brasil, é muito comum andar pelas ruas e, em qualquer lugar, encontrar vários cachorros vira-lata de rua, o que é até iconizado pelos brasileiros como um dos símbolos nacionais: o vira-lata caramelo. Porém, nem todos os países lidam com os 'doguinhos' de forma tão dócil, o que pode variar de acordo com a cultura regional.

No Catar, país que atualmente sedia a Copa do Mundo FIFA 2022, no entanto, é mais comum de se encontrar gatos pelas ruas do que os amigos caninos. Isso porque, segundo acusações recentes de ativistas em prol da defesa dos animais, afirmam que o governo do país promoveu e incentivou o abate de milhares de cães de rua, nos meses que antecederam o evento esportivo.

De acordo com informações do UOL, ONGs e veterinários do Qatar enviaram diversos registros em que são possíveis observar animais feridos e mortos, à facadas e tiros, em Doha — capital qatari — e outras cidades vizinhas. Ainda informam que os casos até mesmo chegam a ser informados à polícia, mas praticamente nada é feito para investigar os autores.

Além disso, as organizações também acusam órgãos do governo do país de recolher cachorros sem dono das ruas do país para levá-los a algum abrigo de localização desconhecida. No entanto, Noora Al-Thani, da Qatar Animal Rescues, aponta que o número de cães recolhidos pelas autoridades aumenta a cada dia, mas quantos elas dizem ter sob guarda tem diminuído.

Diferentes relações

Enquanto no Brasil estamos acostumados a lidar super bem com animais, de forma geral, de forma que quase toda família possui um pet, no oriente a relação entre humanos e esses bichinhos, mais especificamente os cachorros, é um pouco diferente. Tanto que, no Catar, notícias de abates em massa dos amigos caninos nem mesmo chegam a chocar parte da população, e muito disso é explicado pela cultura árabe e muçulmana.

De acordo com o historiador Alan Mikhail, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, nas cidades medievais árabes era comum encontrar cachorros nas ruas, e eles eram até mesmo tidos como ferramentas úteis para a população, por comer lixo e manter as ruas limpas. No entanto, epidemias no século 19, associadas justamente ao lixo — como cólera e malária — fizeram a população atrelar os animais às doenças.

A relação dos qataris com cachorros é assim por causa da religião", explica a veterinária brasileira Luciana Petry, que trabalha em uma clínica em Doha, ao UOL. "Se um muçulmano toca num cachorro ele precisa lavar a mão sete vezes antes de rezar. Os árabes e asiáticos de forma geral têm muito medo. Quando eu passeio com meus cachorros na rua, as pessoas passam por eles pulando."
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