Um dos afrescos encontrados na pequena casa - Reprodução/Parque Arqueológico de Pompéia
Pompeia

Casa decorada com afrescos eróticos é descoberta em Pompeia

Os afrescos incluem uma que retrata Fedra, rainha mitológica de Atenas, seminua, e seu enteado Hipólito; veja todos os detalhes revelados

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/10/2024, às 15h03

As ruínas da antiga cidade romana de Pompeia continuam a surpreender arqueólogos e historiadores com novas descobertas. A revelação mais recente é uma pequena casa ricamente decorada com afrescos eróticos, apelidada de Casa de Fedra, em homenagem à figura mitológica grega.

Segundo especialistas, além de evidenciar o gosto dos pompeianos pela arte sensual, a descoberta esclarece as mudanças nos estilos atualizados durante o primeiro século dC.

A casa foi encontrada longe do modelo tradicional de residência romana, que normalmente girava em torno de um átrio — um pátio central com uma 'piscina' para coleta de água da chuva. Este tipo de construção era comum em Pompeia desde o século 6 aC, mas a Casa de Fedra apresenta um layout que difere dessas estruturas antigas.

O destaque da descoberta são os afrescos que decoravam as paredes da casa. Um deles retrata um encontro sexual entre um sátiro e uma ninfa, figuras recorrentes na mitologia grega e frequentemente associadas ao prazer e à sensualidade.

Outro afresco apresenta Fedra, parcialmente despida, em uma cena que evoca o mito grego no qual ela tenta seduzir seu enteado, Hipólito, antes de acusá-lo de estupro após ser rejeitado.

Além dessas figuras mitológicas, as paredes da casa também mostram o que se acredita serem representações de Vênus, deusa romana do amor, e Adônis, uma figura ligada ao desejo e à beleza. Essas imagens são indicativas não apenas do talento artístico da época, mas também do lugar que a sexualidade e o erotismo ocupavam no cotidiano dos habitantes de Pompeia.

Um dos afrescos encontrados na pequena casa - Parque Arqueológico de Pompeia

 

De acordo com o Parque Arqueológico de Pompeia, apesar de ser uma casa de tamanho modesto, o nível de sofisticação e a qualidade das decorações de parede são comparáveis ​​aos encontrados em residências mais opulentas da cidade. Isso reforça a ideia de que, independentemente da classe social, as expressões artísticas e sensuais foram profundamente enraizadas na cultura pompeiana.

Outros casos

A descoberta da Casa de Fedra não é um caso isolado em Pompeia. A cidade, que foi destruída pela soberania do Monte Vesúvio em 79 dC, é famosa por suas representações explícitas da sexualidade, ocorrendo tanto em residências privadas quanto em espaços públicos. Afrescos sensuais e símbolos fálicos eram onipresentes, sendo vistos como parte integrante da vida cotidiana, sem o peso do tabu ou do escândalo.

Um exemplo notável disso é a Casa dos Vettii, uma residência que pertence a dois homens libertos da escravidão. Em sua entrada, os arqueólogos desenterraram um afresco impressionante de Príapo, o deus da fertilidade, exibindo um enorme falo equilibrado em uma balança ao lado de uma bolsa cheia de dinheiro. A imagem simbolizava tanto a virilidade quanto a riqueza acumulada pelos ex-escravos.

Segundo o 'The Guardian', outras descobertas revelam ainda mais sobre a vida sexual dos habitantes da cidade. A Casa do Pulseira de Ouro, uma das residências mais ricas da cidade, continha estátuas que retratavam jovens em cenas homoeróticas, demonstrando que esses jovens serviam seus mestres tanto em contextos domésticos quanto em encontros sexuais durante banquetes.

Leia também: As vítimas de Pompeia que morreram em agonia extrema

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