Obra reúne correspondências recebidas por João Goulart que ficaram guardadas por 50 anos. Entre elas, há conversas com celebridades de Hollywood e políticos importantes, como Juscelino Kubitschek
Fabio Previdelli Publicado em 10/02/2020, às 12h00
24ª presidente brasileiro, João Goulart, mais conhecido como Jango, foi o principal alvo do golpe dado pelos militares em em 1º de abril de 1964. Figura marcante na política, Jango também foi muito influente fora dela. Isso pode ser visto quando ele foi recém-empossado, em 1961.
Na oportunidade, João Goulart havia recebido uma carta da famosa atriz Janet Leigh, que há menos de um ano havia estrelado o thriller Psicose, de Hitchcock. Ela veio ao Brasil, no final daquele ano, acompanhar o marido Tony Curtis — que filmava um longa na Argentina.
Janet passou pelo Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, usando, emprestado, um dos aviões particulares de Jango. Como forma de agradecimento, ela lhe escreveu uma carta e a assinou à próprio punho, além de usar o papel timbrado do Copacabana Palace:
“Prezado Sr. Presidente,
Meus amigos e eu desejamos expressar nossos agradecimentos pela sua gentileza conosco em Brasília.
O uso do seu avião foi muito útil e estamos profundamente em dívida pela sua consideração. É um país maravilhoso, onde se encontra tanta cordialidade e simpatia exemplificadas pelo seu presidente, bem como por todas as pessoas que conhecemos.
Sinto muito que não tivemos a oportunidade de conversar, mas aguardo com expectativa a minha próxima visita.
Com muito apreço e admiração por você e pelo seu país,
Janet Leigh”.
O documento, assim como outras cartas inéditas de políticos, celebridades e populares farão parte do livro Memória e o Guardião, que está sendo organizado por Juremir Machado da Silva e será publicado em março pela Record.
Durante 50 anos a correspondência ficou guardada debaixo da cama de um assessor de Jango e só foram encontradas após sua morte. Entre as mensagens escritas para João Goulart, se destaca uma emitida em 12 de março de 1955.
Nela, é selado o compromisso de apoio do PTB na candidatura de Juscelino Kubitschek à presidência. JK, que até então era apenas governador de Minas, prometeu a Jango (então presidente do PTB), entregar ao partido, indicações ao cargo de vice-presidente — posto assumido, posteriormente, por Jango — e dos ministérios do Trabalho e da Agricultura. Além da carteira de crédito agrícola do Bando do Brasil e da nomeação de um terço dos cargos públicos federais.
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