Esculturas com aparência humana foram, provavelmente, saqueadas em batalha e enterradas como oferendas; entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 05/09/2023, às 12h14
No Centro Histórico da Cidade do México, arqueólogos encontraram um pequeno esconderijo de esculturas em pedras com aparência humana. Os itens que estavam enterrados, provavelmente, eram usados pelos astecas como oferendas aos seus deuses.
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As esculturas antropomórficas foram achadas dentro de um baú de pedra no local na Zona Arqueológica do Templo Mayor, — considerado principal templo de Tenochtitlán, capital do Império Asteca, segundo um comunicado do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).
Ao todo, foram localizadas 15 efígies de pedra — sendo que 14 representavam homens e uma menor representava uma mulher. A maior das esculturas de pedra tem cerca de 30 centímetros de altura, e a menor mede um pouco mais que dois centímetros.
Conforme repercute o All That Interesting, cada peça foi esculpida em pedras metamórficas verdes. Elas possuem características do estilo Mezcla; uma cultura mesoamericana que já habitou a região de Guerrero.
Durante o governo de Moctezuma Ilhuicamina, entre os anos 1440 e 1469, os astecas conquistaram grande parte da região onde as esculturas foram encontradas. O soberano priorizou que as oferendas enterradas no Recinto Sagrado de Tenochtitlán refletissem a riqueza dos territórios que, sob seu comando, foram conquistados pela Tríplice Aliança.
Desta forma, os pesquisadores acreditam que os astecas valorizavam bastante as esculturas de Mezcala. "Isso significa que, quando os mexicas (astecas) subjugaram aqueles povos, as estatuetas já eram verdadeiras relíquias, algumas delas com mais de 1.000 anos, e presumivelmente serviam como efígies de culto, das quais se apropriaram como espólio de guerra", explicou o arqueólogo Leonardo López Luján.
Segundo o Metropolitan Museum of Art, os Mezcala eram conhecidos por suas obras em pedra e modelos arquitetônicos, que produziram por quase mil anos — começando já em 500 a.C.
Muitos destes modelos arquitetônicos são comumente chamados de templos, mas, como sugere o Met, alguns podem ter sido multifuncionais. Acreditava-se que certos objetos de pedra colocados em sepulturas, por exemplo, serviam como entradas para o mundo espiritual ou como moradia para os falecidos.
Os Mezcala também se alinharam com a tradição mesoamericana de reaproveitar ou reesculpir objetos de pedra — uma tendência que os astecas podem ter continuado depois que saquearam seus bens.
Evidências também sugerem que os astecas, posteriormente, reutilizaram as estátuas de Mezcala para sua própria cerimônia religiosa — com pintura facial aplicada a uma figura que deveria se parecer com o deus da chuva Tlaloc.
Além das esculturas, os arqueólogos também recuperaram dois brincos em forma de cascavel, 137 contas de várias pedras metamórficas verdes, areia do mar e 1.942 materiais calcários, incluindo conchas, caracóis e corais.
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