Aeronave da Lufthansa - Wikimedia Commons/Perry Hoppe
Alemanha

Após impedir embarque de judeus, companhia aérea alemã é multada

Companhia foi multada em mais de R$ 20 milhões pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos após investigações constatarem discriminação

Giovanna Gomes Publicado em 16/10/2024, às 07h52

Uma companhia aérea alemã foi multada em mais de R$ 20 milhões pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos, após investigações concluírem que houve discriminação contra 128 passageiros judeus em 2022.

Os passageiros, que viajavam de Nova York para a Hungria com a Lufthansa, foram impedidos de embarcar em um voo de conexão na Alemanha, conforme comunicado da agência. O grupo estava a caminho de um evento anual de homenagem a um rabino ortodoxo na Hungria.

Segundo o Departamento de Transportes, a multa representa a maior já aplicada por uma violação de direitos civis, declarando que o comportamento da Lufthansa constituiu discriminação religiosa e violou leis americanas. A investigação foi iniciada após mais de 40 queixas de passageiros que partiram do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, rumo a Budapeste, com escala programada em Frankfurt, em 3 de maio de 2022.

A Lufthansa teria negado o embarque com base no comportamento inadequado de alguns indivíduos no primeiro trecho da viagem. Porém, a maioria dos passageiros afetados eram homens judeus usando trajes ortodoxos tradicionais e foram tratados como um grupo único, sendo penalizados pelas ações de poucos, conforme o departamento.

Uso de máscaras

De acordo com o portal O Globo, o incidente começou quando o capitão do primeiro voo alertou a segurança da Lufthansa sobre alguns passageiros que não estavam seguindo as instruções da tripulação, que incluíam o uso de máscaras e a proibição de aglomerações no corredor ou nas saídas de emergência. No entanto, nenhum dos passageiros foi considerado uma ameaça à segurança.

Em resposta ao alerta, a Lufthansa bloqueou o embarque de mais de 100 passageiros com destino a Budapeste, todos judeus, mesmo sem identificar especificamente quem teria desobedecido às instruções. Esse bloqueio foi caracterizado pelo departamento como uma continuação de um comportamento discriminatório que se originou no voo dos Estados Unidos.

A companhia foi instruída a cessar práticas discriminatórias e deve pagar US$ 2 milhões da multa em até 30 dias, enquanto outros US$ 2 milhões foram descontados em razão de compensações já oferecidas aos passageiros afetados.

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