Hoje com 99 anos, Nahim Alcure viveu grande parte de sua vida com a culpa de não ter devolvido toalha levada por engano; conheça história!
Éric Moreira Publicado em 28/05/2024, às 08h33
Não é incomum que durante hospedagens em hotéis, especialmente quando passamos um período curto e bastante corrido, esqueçamos de algum artefato pouco importante no quarto ou, em alguns casos, até mesmo que levemos algo por engano. E para um idoso do Espírito Santo, a compensação por levar uma toalha por engano tardou, mas não falhou.
Nahim Alcure, hoje com 99 anos, é um ex-prefeito do município de Lúna, no sul do Espírito Santo. Em 1980, quando levou um filho para a cidade de Colatina, onde o garoto prestaria vestibular para o curso de Direito, os dois se hospedaram no Plaza Hotel, de onde Nahim levou uma toalha de rosto por engano. Porém, 44 anos depois do ocorrido, ele fez questão de voltar ao estabelecimento para devolvê-la.
Nascido e criado em Iúna, Nahim Alcure fez a viagem para devolver a toalha em abril deste ano, enquanto visitava um de seus filhos em Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória. O filho, a nora e o próprio Nahim então partiram para uma viagem de 180 km e quase 3 horas, e finalmente conseguiram fazer a entrega — um pouco atrasada — ao estabelecimento.
Quando chegaram ao estabelecimento, a equipe os recebeu e demonstrou surpresa com a devolução; já Nahim, sentiu-se principalmente aliviado por tirar "esse peso das costas".
A moça do hotel disse que achou o ato importante, agradeceu, fez questão de tirar foto. Perguntaram porque eu guardei a toalha por tanto tempo. Mas a honestidade é virtude, e não dever. Eles falaram que até não usam mais aquelas toalhas com o nome do hotel em alto relevo", relatou o idoso ao G1.
Conforme relatado por familiares de Nahim, eles nunca souberam da história da toalha até recentemente, quando ela foi reencontrada em meio a caixas antigas guardadas. "Meu pai estava doido para devolver, mas não achava onde estava a toalha. Ele morava com o irmão e, depois que ele faleceu, começamos a organizar algumas coisas e achamos a toalha guardada dentro de uma fronha. [...] é um mistério ela não ter se perdido no meio de tantas mudanças", relatou ao g1 Najla Leal, filha de Nahim.
A verdade é que o idoso, ao longo das últimas quatro décadas, sempre esteve ansioso para devolver a toalha, e até por isso guardou-a como se fosse um tesouro para si, com cuidado para nunca perdê-la mesmo após várias mudanças. Por isso, reconhecendo o cuidado e a honra no ato, a dona do hotel, Maria Zelurze, não só se surpreendeu com a devolução, como ainda garantiu uma homenagem ao antigo hóspede.
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"Ele devolveu a toalha e eu coloquei em um quadro. Ele estava perturbado com aquela toalha guardada e resolveu vir. Estava todo empolgado. Ele levou enganado, ele não fez por querer, é uma pessoa honesta e isso é bem raro. Aqui, de vez em quando, levam toalha, colcha, mas não devolvem não. Isso de devolver nunca tinha acontecido", disse a dona do hotel ao G1.
Agora, a toalha de Nahim fará parte da história do hotel, e poderá ser vista para sempre por aqueles que se interessarem pela história, já estando emoldurada e exposta na entrada do refeitório.
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