A descoberta pode sugerir um antigo centro de poder referente à Idade do Ferro Germânica e a Era Viking
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 01/08/2023, às 11h37 - Atualizado às 11h46
Recentemente, um caçador de tesouros fez uma descoberta surpreendente em uma ilha remota, localizada na região de Falster, no sudeste da Dinamarca. Enquanto vasculhava a região com um detector de metais, o homem captou um sinal fraco, mas que revelou um pequeno e curioso objeto: uma espécie de carimbo, de uma época pré-Viking.
Com apenas 2 centímetros, o objeto seria utilizado pelos antigos para criar imagens de ouro que serviriam como oferenda aos deuses. Reconhecendo que o item poderia ter alguma grande importância para os estudos arqueológicos e da história da região, o responsável pelo achado, Lennart Larsen, entregou-o para análise no Museu local Lolland-Falster.
No entanto, a descoberta acabou por intrigar, também, aos cientistas: "Nosso palpite é que se trata de um lugar que foi algum comércio e provavelmente também teve alguma forma de atividade de culto. E embora seja um pouco maluco dizer isso agora, também pode indicar que já foi um centro de poder em Falster", afirmou a inspetora do museu e arqueóloga Marie Brinch, em entrevista ao portal dinamarquês Tv2 Øst.
Ainda assim, o artefato — chamado Patrice — não era uma incógnita aos pesquisadores, havendo outros mais de 20 semelhantes já conhecidos. Os achados, por sua vez, podem sugerir que a região era palco de atividades comerciais e até mesmo de rituais e cerimônias, relativos à Idade do Ferro Germânica, ainda antes da Era Viking, entre os anos 500 e 700.
É importante lembrar que, nesse período, era bastante comum a tradição de oferecer sacrifícios de imagens de ouro aos deuses, em meio a práticas ritualísticas. Porém, embora carimbos semelhantes sejam relativamente abundantes na Dinamarca, a região de Falster possui poucos achados relativos à elite da era anterior aos vikings, o que faz do achado ainda mais relevante.
Os selos são todos muito especiais. Só os encontramos nos locais de residência mais importantes — aqueles que chamamos de lugares centrais na linguagem técnica. Estes são os lugares que associamos aos maiores magnatas ou reis", explica Margrethe Watt, especialista do Museu Nacional, à Tv2 Øst.
De acordo com a Revista Galileu, o Patrice de Falster mostra uma pessoa — não se sabe se um rei ou deus, nem mesmo se um homem ou mulher, embora datasse de um período de muita força no culto aos deuses nórdicos — utilizando roupas elaboradas e com as palmas das mãos visíveis. A pose, recorrente tanto nas culturas cristã como pré-cristãs, simboliza submissão ou revelação.
O item pode ser tanto uma figura real que se submete a um deus, ou ser um deus que se revela a um ser humano. Na verdade, é difícil ver se é um homem ou uma mulher que está retratado", comenta Watt.
Agora, o Museu Lolland-Falster planeja novas escavações na área onde o carimbo foi achado em Falster — que não foi divulgada com precisão, justamente para proteger o local e garantir a integridade das pesquisas —, com o objetivo de estudar mais a fundo os vários selos e, ainda, tentar esclarecer mais mistérios que cercam o achado recente e a própria história antiga da Dinamarca.
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