Veja as curiosas referências políticas em Fazenda dos animais
Redação Publicado em 16/02/2022, às 15h47
Publicado em agosto de 1945, o lançamento da Tordesilhas Livros de janeiro, Fazenda dos animais, é considerado a alegoria mais famosa do século XX.
Ainda que tenha sido lançada há mais de 75 anos, é curioso observar que a obra poderia ter sido escrita até mesmo nos dias de hoje, já que seus personagens permanecem tão atuais.
É irônico também que George Orwell seja tão citado e lido por militantes de direita e extrema-direita, já que o autor era declaradamente socialista democrático. A grande questão é que, durante a Guerra Fria, Fazenda dos animais foi utilizada como propaganda ideológica anticomunista.
É um fato que a obra é uma crítica ácida ao sistema político implantado na União Soviética após a Revolução Russa.
Mas, muito longe de ser uma cartilha antiesquerdista, o texto revela a genialidade do autor em conseguir referenciar personalidades e fatores políticos nos animais da Fazenda Palacete, o que o torna atemporal.
Em uma leitura mais despretensiosa, a fábula pode parecer apenas uma narrativa satírica que acompanha a revolta dos animais de uma fazenda contra as explorações e a tirania dos humanos, mas gradativamente, veem a implantação e consolidação de um sistema muito diferente do que era imaginado.
A verdade é que cada figura da obra possui um equivalente histórico. Abaixo, listamos alguns dos personagens e os referenciais que cada um representa.
Depois que os paralelos forem estabelecidos, é impossível ler Fazenda dos animais com um olhar menos atento e não se chocar com as características que poderiam descrever figuras tão atuais.
Confira abaixo!
Toda a revolta se inicia quando o velho porco Major convoca os animais da Fazenda Palacente e conta sobre seu sonho de criar uma granja governada por animais. A maioria relaciona a figura dele com Marx, mas alguns também fazem um paralelo com Lenin, um dos líderes da Revolução Russa.
Um dos porcos líderes da revolta dos bichos. Considerado um herói de batalha, ele defendia a ideia que revolução deveria se espalhar para outras propriedades. O personagem é o correspondente histórico de Leon Trótski, líder bolchevique, rival de Stalin, que foi exilado e se refugiou no México, onde foi assassinado.
Um dos porcos líderes da revolução, após a morte de Major, ele arquiteta um golpe contra Bola-de-neve. Gradativamente, vai se tornando despótico e adotando atitudes humanas. Sua figura representa Josef Stalin, líder da União Soviética.
Tirano, o dono da Fazenda Palacete explora os animais que vivem em péssimas condições, passando fome e com altas cargas de trabalho. Seu equivalente histórico é o Czar Nicolau II, líder da família imperial russa que foi assassinada após a tomada de poder dos bolcheviques durante a Revolução Russa.
Carismático e bom de lábia, o porco é o porta-voz do líder Napoleão. Sempre justifica os privilégios e os desmandos despóticos dos porcos. Esse personagem representa o poder da propaganda soviética utilizada para conter a insatisfação e divulgar os avanços do governo para a população.
Limitadas intelectualmente e facilmente influenciáveis, a qualquer crítica ao governo de Napoleão, elas começam a balir “Quatro pernas bom, duas pernas ruim!”. Elas personificam a população russa menos instruída que acreditava nas propagandas do Governos Stalinista e não aceitavam que seu líder fosse criticado, defendendo-o com unhas e dentes.
Os nove filhotes foram separados da mãe ainda pequenos e foram criados sob a tutela de Napoleão. Ao crescerem, tornaram-se sua feroz guarda particular. Esses animais representam a KGB, a polícia secreta de Stalin, utilizada para perseguir seus opositores.
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