Uma arma aparentemente comum exposta no Museu de História Militar de Viena, na Áustria, esconde um passado que faz dela a mais letal da história; entenda!
Éric Moreira Publicado em 27/08/2024, às 10h34 - Atualizado às 18h39
Embora não possa ser considerado como um dos países mais turísticos da Europa, a Áustria abriga, em seu interior, uma série de museus bastante interessantes. Aqueles que passeiam pela capital, Viena, podem se deparar, por exemplo, com o curioso Heeresgeschichtliches Museum, o Museu de História Militar de Viena, o principal museu das Forças Armadas da Áustria.
Muitas pessoas podem até não considerar a história militar austríaca tão interessante assim para que interessasse uma visita a este museu; porém, saber que ali dentro está aquela que pode ser considerada a arma "mais letal" de toda a história, responsável (indiretamente) pela morte de cerca de 20 milhões de pessoas, pode atiçar a curiosidade.
A peça em questão é uma pistola FN Model 1910, a primeira vista bastante simples. E assim como os museus nos mostram sempre, o que mais importa sobre este objeto é sua história. Entenda!
No início do século 20, a região da Península Balcânica — uma área do sudeste da Europa que corresponde a países como Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia e partes da Croácia e Sérvia — viveu um período extremamente tenso de sua história, que ficou conhecido como "A Crise nos Balcãs".
Na época, essa região era controlada pelo Império Austro-Húngaro, mas o controle imperial não agradou a todos. Tanto que, na Bósnia, surgiram várias organizações clandestinas armadas que tentavam lutar pela independência do país, como o caso da Mão Negra, conforme explica o professor Vítor Soares em vídeo no TikTok.
Porém, em junho de 2014, um evento foi visto pela Mão Negra como uma oportunidade bastante única. Na ocasião, o arquiduque e herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi visitar a cidade de Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina — e assim ele se tornou um alvo.
Era dia 28 de junho de 1914, quando o arquiduque realizou a visita em Sarajevo. Sendo ele o "símbolo máximo da opressão na Bósnia, eles [Mão Negra] arquitetaram um plano, e conseguiram tirar a vida do herdeiro do Império Austro-Húngaro".
Quem puxou o gatilho foi um jovem revolucionário da Mão Negra chamado Gavrilo Princip", pontua Vítor Soares.
Este jovem, segundo o professor, pegou a arma mencionada no começo, a pistola FN Model 1910, e com ela tirou a vida de Francisco Ferdinando e de sua esposa, Sofia, Duquesa de Hohenberg. "A sua morte foi a gota d'água para as tensões que já estavam acontecendo há algum tempo no leste europeu", explica.
E após uma série de declarações de guerras, quando Gavrilo Princip puxou aquele gatilho, ele deu início à Primeira Guerra Mundial".
+ Estopim para a Primeira Guerra: Alguém poderia ter morrido no lugar de Francisco Ferdinando?
Esse conflito, segundo a Super Interessante, foi o responsável pela morte de quase 20 milhões de pessoas, sendo até aquele momento o conflito armado mais mortal do século 20 — eventualmente superado pela Segunda Guerra Mundial. Por isso, é possível dizer que, graças aquela pistola aparentemente simples no Museu de História Militar de Viena realmente abriga, em seu acervo, uma das armas mais mortais de todo o mundo.
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